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Bando fecha rodovia, mata e
leva R$ 5 mi
Em ataque a carros-fortes, criminosos atiraram contra veículos de passeio a fim de parar trânsito na Anhanguera; empresário levou tiro de fuzil
Ataque ocorreu no km 162 da rodovia, em Araras (169 km de São Paulo); além dos carros-fortes, seis veículos de passeio foram atingidos
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Rodovia Anhanguera, anteontem, 18h30. Oito criminosos armados com fuzis, pistolas
e uma metralhadora antiaérea
fecham a pista no km 162, em
Araras (169 km de São Paulo),
disparam contra dois carros-fortes e também contra veículos de passeio. Levam R$ 5 milhões e matam um motorista
que passava pelo local.
O empresário e corretor de
seguros Ivo Zanatta Miranda,
59, que dirigia um Corolla rumo a Araras, morreu no local
após ser atingido por um tiro de
fuzil. Além dos carros-fortes da
empresa Prosegur, seis veículos de passeio foram atingidos.
Segundo a polícia, a quadrilha portava uma metralhadora
.30 -igual à usada por traficantes para derrubar um helicóptero da Polícia Militar do Rio
no dia 17. Divididos em duas camionetes, uma Tucson e outra
Hilux, os criminosos fecharam
a via por dez minutos bem no
horário de pico -o crime provocou congestionamento na
pista das 18h30 às 21h30.
O ataque ocorreu na pista interior-capital. Ao ver a estrada
travada pelos carros dos ladrões, o motorista de um dos
carros-fortes tentou desviar,
perdeu o controle e bateu num
caminhão na pista contrária.
Foi aí que os ladrões começaram a atirar até em carros comuns, para parar o trânsito e
prejudicar a ação da polícia.
Três vigias ficaram feridos levemente, atingidos por estilhaços de projéteis. O motorista de
um ônibus que vinha na pista
contrária foi obrigado pelos criminosos a atravessar o veículo
para bloquear o trânsito.
Após arrombar o carro-forte
com bombas e colocar os malotes numa das camionetes, a
quadrilha fugiu por uma estrada de terra. O roubo foi gravado
por uma câmera da rodovia.
A ação gerou pânico e confusão entre motoristas. Alguns
deixaram os veículos para se esconder num canavial. Outros
voltaram pela contramão.
Por conta da organização dos
ladrões e do poder de fogo, a polícia tem a convicção de que
eles são ligados à facção PCC
(Primeiro Comando da Capital), mas não acredita que tenham recebido ordens dos chefes do grupo para fazer o ataque. Segundo a polícia, os ladrões sabiam que todo o dinheiro estava apenas em um
dos carros-fortes e os nomes de
alguns dos oito seguranças.
O delegado Sydney Sully Urbach disse que a "Prosegur informou que a coleta do dinheiro foi feita fora dos padrões de
segurança exigidos pela empresa". A transportadora não comentou a afirmação do policial.
Escutas telefônicas direcionadas a presos de Presidente
Venceslau são investigadas pelo setor de inteligência da polícia na tentativa de descobrir
quem são os ladrões.
Esse foi o terceiro assalto a
carro-forte em menos de 30
dias no Estado -um foi em
Mauá, na última quarta, quando roubaram R$ 1,5 milhão, e
outro em Amparo (130 km de
SP), em 13 de outubro, quando
ladrões também usaram uma
antiaérea .30 para levar R$ 1
milhão na SP-95. A polícia suspeita de ligação entre os casos
de Amparo e o de Araras.
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