São Paulo, sábado, 07 de dezembro de 2002

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NO AR

Para a PF, seus homens seguiam as normas de segurança

Piloto é acusado de desobediência ao barrar agentes armados em vôo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Polícia Federal indiciou ontem o piloto Luiz César Buchmann Duelba, da TAM, sob acusação de ter cometido o crime de desobediência, previsto no artigo 330 do Código Penal. Duelba impediu que três agentes federais embarcassem portando armas de fogo supostamente municiadas.
A pena para o crime de "desobedecer a ordem legal de funcionário público" é detenção de 15 dias a seis meses e multa.
Segundo a TAM, o piloto seguiu determinação do Plano Nacional de Segurança da Aviação Civil e solicitou o desmuniciamento das armas em poder dos agentes para preservar a segurança do vôo, mas não foi atendido de imediato.
O comandante reafirmou o cumprimento da determinação, e cerca de meia hora depois os agentes entregaram espontaneamente as armas para a tripulação.
A cena ocorreu no aeroporto de Viracopos (Campinas-SP), no vôo JJ 3884, que saiu de Porto Alegre às 6h20 e pousou em Brasília.
Ao chegar a Brasília, às 10h28, o piloto e outros tripulantes foram conduzidos à Superintendência Regional da Polícia Federal, onde permaneceram por mais quatro horas prestando depoimento.
O piloto será denunciado à Justiça Federal pela Polícia Federal. Caberá à Justiça decidir se aceita ou não a denúncia, abrindo processo ou arquivando o caso.
A TAM diz que o piloto apenas cumpriu as normas legais do Comando da Aeronáutica.
A Polícia Federal divulgou nota ontem à noite na qual afirma que o piloto, "contrariando disposição legal, impediu que policiais federais, devidamente identificados e em serviço, embarcassem no vôo 3884, mesmo após cumpridos todos os procedimentos de segurança exigidos pelas autoridades aeroportuárias como condição para o embarque de policiais que portem armas".
O "infrator", diz a nota, foi levado à Superintendência da PF "para que fossem tomadas as providências cabíveis, sem nenhum contratempo para o trânsito da aeronave e de seus passageiros".
Os depoimentos na polícia foram acompanhados por advogados da TAM e por funcionários do Serac-5 (Serviço Regional de Aviação Civil), órgão do DAC (Departamento de Aviação Civil).


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