|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
AGENDA DA TRANSIÇÃO
Contratos de publicidade serão administrados por assessoria especial subordinada ao gabinete do tucano
Serra vai eliminar pasta da Comunicação
CONRADO CORSALETTE
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito eleito de São Paulo,
José Serra (PSDB), vai extinguir a
Secretaria de Comunicação, responsável atualmente pelos contratos de publicidade do município. Serra pretende enxugar a
atual estrutura da pasta, transformando-a numa assessoria especial subordinada ao seu gabinete e
ligada à Secretaria de Governo.
O fato de Serra querer acabar
com a pasta -isso depende ainda
de aprovação da Câmara Municipal- não significa que ele gastará
menos na área, já que os contratos
ficarão nas mãos do secretário de
Governo. O Orçamento do ano
que vem prevê R$ 67 milhões para
a Secretaria de Comunicação.
As primeiras mudanças nas secretarias foram anunciadas pelo
prefeito eleito nas últimas duas
semanas. Ele afirmou que vai extinguir as secretarias de Abastecimento - suas funções serão acumuladas pela pasta de Gestão Pública - e de Relações Internacionais, que também será transformada numa assessoria especial.
Houve ainda troca de funções
entre algumas pastas. A partir de
2005, a Secretaria do Planejamento ficará responsável pelo Orçamento, que hoje está nas mãos
das Finanças. Outra mudança
ocorreu entre as pastas de Infra-Estrutura Urbana, que concentrará as principais obras da cidade, e
Serviços e Obras, que será responsável só pela parte de serviços, como limpeza e iluminação pública.
A princípio, a extinção da Secretaria de Comunicação deve ser o
último corte no organograma do
primeiro escalão da nova administração. No projeto inicial da
equipe de transição de Serra, estavam previstas mais mudanças,
como a fusão das secretarias de
Esporte e Cultura e das pastas de
Trabalho e Assistência Social.
A composição política para
atender aos aliados e formar a base de sustentação na Câmara Municipal represou um enxugamento maior. A idéia de juntar as
áreas sociais numa única estrutura, por exemplo, foi abandonada
para que o prefeito eleito possa
cumprir um acordo de campanha
com o candidato derrotado à prefeitura pelo PDT, Paulo Pereira da
Silva, o Paulinho. Ele deve indicar
o sanitarista Diógenes Sandim para a Secretaria do Trabalho.
A pasta, porém, vai perder o
controle de alguns programas para a Assistência Social, como o
Renda Mínima. Terá como uma
de suas principais funções o comando de centros de inclusão de
trabalhadores no mercado.
Articulador
Encorpada pelos contratos de
publicidade, a Secretaria de Governo foi oferecida ao deputado
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Após conversa com Serra,
Aloysio reafirmou sua disposição
de ficar em Brasília. "Já está resolvido. Não serei secretário."
Mas, entre os aliados de Serra,
cresce o movimento para que
Aloysio divida com o também deputado Walter Feldman (PSDB-SP) o trabalho de articulação. A
causa: as dificuldades de negociação na Câmara Municipal, especialmente depois que, em disputa
interna, o vereador Ricardo Montoro foi escolhido como candidato do PSDB à presidência da Casa.
Preterido pela bancada, o vereador eleito José Aníbal responsabiliza Feldman pela decisão.
Há, entre os mais íntimos aliados do prefeito eleito, quem defenda um convite a Montoro para
a Secretaria do Esporte. A idéia
garantiria a Aníbal a candidatura
à presidência e abriria uma vaga a
Tião Farias na bancada do PSDB.
Só falta combinar com Montoro.
Texto Anterior: Noite de gala no Teatro alla Scala encerra folga de Marta na Europa Próximo Texto: Parceria com o Estado inclui mais dados sobre crime Índice
|