São Paulo, terça-feira, 07 de dezembro de 2004

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AGENDA DA TRANSIÇÃO

Contratos de publicidade serão administrados por assessoria especial subordinada ao gabinete do tucano

Serra vai eliminar pasta da Comunicação

CONRADO CORSALETTE
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), vai extinguir a Secretaria de Comunicação, responsável atualmente pelos contratos de publicidade do município. Serra pretende enxugar a atual estrutura da pasta, transformando-a numa assessoria especial subordinada ao seu gabinete e ligada à Secretaria de Governo.
O fato de Serra querer acabar com a pasta -isso depende ainda de aprovação da Câmara Municipal- não significa que ele gastará menos na área, já que os contratos ficarão nas mãos do secretário de Governo. O Orçamento do ano que vem prevê R$ 67 milhões para a Secretaria de Comunicação.
As primeiras mudanças nas secretarias foram anunciadas pelo prefeito eleito nas últimas duas semanas. Ele afirmou que vai extinguir as secretarias de Abastecimento - suas funções serão acumuladas pela pasta de Gestão Pública - e de Relações Internacionais, que também será transformada numa assessoria especial.
Houve ainda troca de funções entre algumas pastas. A partir de 2005, a Secretaria do Planejamento ficará responsável pelo Orçamento, que hoje está nas mãos das Finanças. Outra mudança ocorreu entre as pastas de Infra-Estrutura Urbana, que concentrará as principais obras da cidade, e Serviços e Obras, que será responsável só pela parte de serviços, como limpeza e iluminação pública.
A princípio, a extinção da Secretaria de Comunicação deve ser o último corte no organograma do primeiro escalão da nova administração. No projeto inicial da equipe de transição de Serra, estavam previstas mais mudanças, como a fusão das secretarias de Esporte e Cultura e das pastas de Trabalho e Assistência Social.
A composição política para atender aos aliados e formar a base de sustentação na Câmara Municipal represou um enxugamento maior. A idéia de juntar as áreas sociais numa única estrutura, por exemplo, foi abandonada para que o prefeito eleito possa cumprir um acordo de campanha com o candidato derrotado à prefeitura pelo PDT, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho. Ele deve indicar o sanitarista Diógenes Sandim para a Secretaria do Trabalho.
A pasta, porém, vai perder o controle de alguns programas para a Assistência Social, como o Renda Mínima. Terá como uma de suas principais funções o comando de centros de inclusão de trabalhadores no mercado.

Articulador
Encorpada pelos contratos de publicidade, a Secretaria de Governo foi oferecida ao deputado Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Após conversa com Serra, Aloysio reafirmou sua disposição de ficar em Brasília. "Já está resolvido. Não serei secretário."
Mas, entre os aliados de Serra, cresce o movimento para que Aloysio divida com o também deputado Walter Feldman (PSDB-SP) o trabalho de articulação. A causa: as dificuldades de negociação na Câmara Municipal, especialmente depois que, em disputa interna, o vereador Ricardo Montoro foi escolhido como candidato do PSDB à presidência da Casa. Preterido pela bancada, o vereador eleito José Aníbal responsabiliza Feldman pela decisão.
Há, entre os mais íntimos aliados do prefeito eleito, quem defenda um convite a Montoro para a Secretaria do Esporte. A idéia garantiria a Aníbal a candidatura à presidência e abriria uma vaga a Tião Farias na bancada do PSDB. Só falta combinar com Montoro.


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