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LAR DOCE LAR
Desempregado nadou e dormiu com ratos
Motorista reencontra
mulher diante da TV
DA REPORTAGEM LOCAL
Adaílton Sequeto, 29, motorista desempregado há três
anos, morador de Franco da
Rocha (SP), não fugiu da imprensa. Muitos de seus colegas
de vôo, deportados dos EUA,
tentaram evitar as câmeras de
TV e os holofotes no rosto.
Ninguém esperava por ele
-sua mulher não sabia a hora
do vôo, contou.
O senador Marcelo Crivella
(PL-RJ) disse não ver problema
na exposição dos migrantes na
mídia. "Eles é que devem dizer" se querem falar, disse. Crivella diz não ver "vergonha" no
fato de serem vítimas de uma
"crise social esmagadora".
Sequeto gastou US$ 2 mil numa viagem que acabou antes
de encontrar os primos que
trabalham na construção civil,
em Boston. Pagaria mais US$ 8
mil aos coiotes -que fazem o
"contrabando" humano na
fronteira- caso fosse bem sucedido. Ficou longe de casa 32
dias, 15 deles detido.
Preso numa rodoviária, passara uma noite em meio a ratos, com outros oito brasileiros,
debaixo de um barracão de
madeira no México. Cruzou
um rio, com água no pescoço.
Agora, é levado num carro de
uma rede de TV para reencontrar a mulher, Ieda. Outros carros de reportagem vão atrás.
Param perto da casa. Ele salta,
tiram fotos, filmam. Volta com
a mulher. A pedidos, se beijam.
Adaílton e Ieda pedem emprego para as câmeras.
(RC)
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