|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TRANSPORTE
Satisfação com coletivos municipais cresce de 55% para 61% e, em corredores exclusivos, se aproxima da do Metrô
Aprovação a ônibus sobe, mas segue baixa
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A aprovação dos usuários aos
ônibus da cidade de São Paulo
melhorou, mas continua baixa
em relação às outras formas de
transporte coletivo, apesar dos investimentos próximos de R$ 1 bilhão feitos pela administração
Marta Suplicy (PT) desde 2001.
A constatação é de pesquisa da
ANTP (Associação Nacional de
Transportes Públicos) divulgada
ontem, que indica uma alta de
55%, em 2003, para 61%, em 2004,
de passageiros que consideram
bons ou ótimos os serviços dos
ônibus municipais da capital paulista. A nova marca é semelhante à
obtida por trens da CPTM (60%).
Ela é alcançada após a implantação do bilhete único, a renovação
de mais de metade da frota e a
construção de faixas exclusivas.
A evolução, no intervalo de um
ano, é a maior entre os transportes pesquisados, mas a aprovação
ainda fica distante daquela dada
por usuários do sistema metroviário -de 92%- e até dos coletivos intermunicipais -69%.
Os resultados do levantamento
consolidam, porém, a idéia de que
os corredores exclusivos de ônibus são capazes de agradar os passageiros em níveis próximos ao
do Metrô de São Paulo.
O Passa Rápido Centro/Lapa/
Pirituba, inaugurado pela prefeitura no final de 2003, foi considerado bom ou ótimo por 85% de
seus usuários, índice também semelhante aos 84% no corredor
São Mateus/Jabaquara, a cargo da
EMTU (Empresa Metropolitana
de Transportes Urbanos).
A pesquisa não avaliou os demais sete Passa Rápido inaugurados por Marta porque as entrevistas foram em setembro, quando a
maioria ainda estava em testes.
Foram entrevistadas 2.300 pessoas na região metropolitana com
idade acima de 16 anos, de todas
as classes sociais. Segundo a
ANTP, a margem de erro para os
resultados gerais é de, no máximo, três pontos percentuais.
O levantamento também identificou os efeitos do bilhete único
em São Paulo -cartão que permite baldeações livres por duas
horas pagando R$ 1,70- quatro
meses após sua implantação.
Entre os passageiros dos ônibus
municipais que disseram ter mudado algo em sua rotina após a introdução do benefício -54%, índice que deve ter aumentado desde então--, 28% afirmaram
que passaram a usar mais coletivos, e a mesma proporção declarou ter deixado de viajar a pé.
Mas a vantagem tarifária trazida
pelo cartão ainda não faz os coletivos terem a melhor avaliação de
custo/benefício: 19% acham que a
tarifa é boa/ótima em relação ao
que vale os serviços, alta de quatro
pontos percentuais em relação a
2003, mas ainda abaixo do custo/
benefício do Metrô e da CPTM,
com marcas de 35% e 22%.
Embora em quantidade inferior, a implantação do bilhete único também sinaliza uma migração de usuários de carro, metrô e
trem para os ônibus municipais
por conta do cartão magnético,
que também é um dos fatores de
enfraquecimento das lotações
clandestinas -que não dispõem
de catracas eletrônicas.
Segundo a ANTP, caiu de 35%
para 27% a aprovação a esse
transporte não-regulamentado,
que, em 2002, tinha índice de satisfação (48%) similar ao dos ônibus municipais (51%). "Os clandestinos estão em vias de desaparecimento", afirmou Rogério Belda, vice-presidente da associação.
O secretário dos Transportes,
Jilmar Tatto, afirmou que os resultados do levantamento apontam "um processo de evolução
permanente" dos ônibus.
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Para 59%, estado das calçadas é ruim ou péssimo Índice
|