São Paulo, terça-feira, 07 de dezembro de 2004

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TRANSPORTE

Satisfação com coletivos municipais cresce de 55% para 61% e, em corredores exclusivos, se aproxima da do Metrô

Aprovação a ônibus sobe, mas segue baixa

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

A aprovação dos usuários aos ônibus da cidade de São Paulo melhorou, mas continua baixa em relação às outras formas de transporte coletivo, apesar dos investimentos próximos de R$ 1 bilhão feitos pela administração Marta Suplicy (PT) desde 2001.
A constatação é de pesquisa da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos) divulgada ontem, que indica uma alta de 55%, em 2003, para 61%, em 2004, de passageiros que consideram bons ou ótimos os serviços dos ônibus municipais da capital paulista. A nova marca é semelhante à obtida por trens da CPTM (60%).
Ela é alcançada após a implantação do bilhete único, a renovação de mais de metade da frota e a construção de faixas exclusivas.
A evolução, no intervalo de um ano, é a maior entre os transportes pesquisados, mas a aprovação ainda fica distante daquela dada por usuários do sistema metroviário -de 92%- e até dos coletivos intermunicipais -69%.
Os resultados do levantamento consolidam, porém, a idéia de que os corredores exclusivos de ônibus são capazes de agradar os passageiros em níveis próximos ao do Metrô de São Paulo.
O Passa Rápido Centro/Lapa/ Pirituba, inaugurado pela prefeitura no final de 2003, foi considerado bom ou ótimo por 85% de seus usuários, índice também semelhante aos 84% no corredor São Mateus/Jabaquara, a cargo da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos).
A pesquisa não avaliou os demais sete Passa Rápido inaugurados por Marta porque as entrevistas foram em setembro, quando a maioria ainda estava em testes.
Foram entrevistadas 2.300 pessoas na região metropolitana com idade acima de 16 anos, de todas as classes sociais. Segundo a ANTP, a margem de erro para os resultados gerais é de, no máximo, três pontos percentuais.
O levantamento também identificou os efeitos do bilhete único em São Paulo -cartão que permite baldeações livres por duas horas pagando R$ 1,70- quatro meses após sua implantação.
Entre os passageiros dos ônibus municipais que disseram ter mudado algo em sua rotina após a introdução do benefício -54%, índice que deve ter aumentado desde então--, 28% afirmaram que passaram a usar mais coletivos, e a mesma proporção declarou ter deixado de viajar a pé.
Mas a vantagem tarifária trazida pelo cartão ainda não faz os coletivos terem a melhor avaliação de custo/benefício: 19% acham que a tarifa é boa/ótima em relação ao que vale os serviços, alta de quatro pontos percentuais em relação a 2003, mas ainda abaixo do custo/ benefício do Metrô e da CPTM, com marcas de 35% e 22%.
Embora em quantidade inferior, a implantação do bilhete único também sinaliza uma migração de usuários de carro, metrô e trem para os ônibus municipais por conta do cartão magnético, que também é um dos fatores de enfraquecimento das lotações clandestinas -que não dispõem de catracas eletrônicas.
Segundo a ANTP, caiu de 35% para 27% a aprovação a esse transporte não-regulamentado, que, em 2002, tinha índice de satisfação (48%) similar ao dos ônibus municipais (51%). "Os clandestinos estão em vias de desaparecimento", afirmou Rogério Belda, vice-presidente da associação.
O secretário dos Transportes, Jilmar Tatto, afirmou que os resultados do levantamento apontam "um processo de evolução permanente" dos ônibus.


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