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Policiais são presos após filmagem flagrar agressão
Ação foi na região da "cracolândia", centro de São Paulo, na madrugada de ontem
Cinegrafista amador filmou 4 PMs que espancavam cidadãos abordados; caso será investigado pelo Ministério Público Estadual
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Filmados por um cinegrafista amador quando agrediam
dois grupos de pessoas na rua
Guaianases, na área do centro
de São Paulo conhecida como
"cracolândia", próximo ao bairro da Luz, quatro policiais militares do 7º Batalhão da PM foram presos ontem.
Além de promover os espancamentos na madrugada de ontem, os PMs também tomaram
objetos pessoais dos cidadãos
abordados e, depois de mandá-los embora sob socos, pontapés
e pancadas de cassetetes, fizeram uma fogueira com o material recolhido das vítimas.
A Secretaria da Segurança
Pública, o Comando da PM e a
corregedoria da corporação se
recusaram a informar os nomes dos quatro policiais envolvidos nos crimes de ontem.
A Folha apurou que os PMs
presos são: o sargento Mário
Henrique Batista de Carvalho e
os soldados Mário Moraes da
Silva, Márcio Maciel de Castro
Lemos e Gilmar Carlos Rodrigues, todos eles da 2ª Companhia do 7º Batalhão.
De acordo com a PM, a identidade dos presos não foi divulgada "porque outros policiais
também são procurados pelos
mesmos crimes."
A prisão dos quatro PMs foi
rápida porque, além de filmar
os espancamentos, o cinegrafista amador registrou os números dos dois carros dos policiais: 07.209 e 07.210.
O batalhão ao qual pertencem os PMs presos ontem é tido como um dos mais preparados do Estado, pois atende a região central da capital e também Higienópolis. Os PM que
atuam no batalhão são considerados "diferenciados".
Na gravação que flagrou os
policiais praticando a tortura,
os momentos de maior violência aparecem quando os PMs
abordam um grupo de cinco
pessoas -quatro homens e
uma mulher- e as obriga a ficar com as mãos na parede e de
costas. Os policiais então desferem socos e pontapés neles.
O outro flagrante de violência explícita por parte dos PMs
foi promovida contra um grupo
de pelo menos 40 pessoas. Um
dos policiais usa um objeto parecido com um martelo para
agredir uma das vítimas. Depois da agressão, os policiais
são filmados sorrindo.
Após ver o vídeo, o procurador-geral de Justiça, Rodrigo
Pinho, designou o promotor
Alexandre Mourão para investigar o caso.
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