São Paulo, quinta-feira, 08 de fevereiro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Policiais são presos após filmagem flagrar agressão

Ação foi na região da "cracolândia", centro de São Paulo, na madrugada de ontem

Cinegrafista amador filmou 4 PMs que espancavam cidadãos abordados; caso será investigado pelo Ministério Público Estadual

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Filmados por um cinegrafista amador quando agrediam dois grupos de pessoas na rua Guaianases, na área do centro de São Paulo conhecida como "cracolândia", próximo ao bairro da Luz, quatro policiais militares do 7º Batalhão da PM foram presos ontem.
Além de promover os espancamentos na madrugada de ontem, os PMs também tomaram objetos pessoais dos cidadãos abordados e, depois de mandá-los embora sob socos, pontapés e pancadas de cassetetes, fizeram uma fogueira com o material recolhido das vítimas.
A Secretaria da Segurança Pública, o Comando da PM e a corregedoria da corporação se recusaram a informar os nomes dos quatro policiais envolvidos nos crimes de ontem.
A Folha apurou que os PMs presos são: o sargento Mário Henrique Batista de Carvalho e os soldados Mário Moraes da Silva, Márcio Maciel de Castro Lemos e Gilmar Carlos Rodrigues, todos eles da 2ª Companhia do 7º Batalhão.
De acordo com a PM, a identidade dos presos não foi divulgada "porque outros policiais também são procurados pelos mesmos crimes."
A prisão dos quatro PMs foi rápida porque, além de filmar os espancamentos, o cinegrafista amador registrou os números dos dois carros dos policiais: 07.209 e 07.210.
O batalhão ao qual pertencem os PMs presos ontem é tido como um dos mais preparados do Estado, pois atende a região central da capital e também Higienópolis. Os PM que atuam no batalhão são considerados "diferenciados".
Na gravação que flagrou os policiais praticando a tortura, os momentos de maior violência aparecem quando os PMs abordam um grupo de cinco pessoas -quatro homens e uma mulher- e as obriga a ficar com as mãos na parede e de costas. Os policiais então desferem socos e pontapés neles.
O outro flagrante de violência explícita por parte dos PMs foi promovida contra um grupo de pelo menos 40 pessoas. Um dos policiais usa um objeto parecido com um martelo para agredir uma das vítimas. Depois da agressão, os policiais são filmados sorrindo.
Após ver o vídeo, o procurador-geral de Justiça, Rodrigo Pinho, designou o promotor Alexandre Mourão para investigar o caso.


Texto Anterior: Rio: Moradores de favela afirmam que milícia instalou portões
Próximo Texto: Em nota, PM afirma que reprova ação
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.