São Paulo, domingo, 08 de fevereiro de 2009

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Menino leva explosivo para assaltar prédio

Porteiro diz que garoto o ameaçou com uma granada; na fuga, grupo levou carro e causou acidente

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

Armado com um explosivo -aparentemente uma granada-, um menino, de presumíveis 12 anos, participou do assalto a um apartamento na zona sul do Rio de Janeiro, a menos de 50 metros da residência oficial do comandante-geral da Polícia Militar.
O menino manteve refém o porteiro do prédio enquanto seus três comparsas, supostamente também menores, armados com pistolas, roubaram o apartamento.
Porteiro há 15 anos do edifício, o nordestino Raimundo Balbino da Costa, membro da igreja Assembleia de Deus, citou trechos da Bíblia para o garoto, enquanto este o ameaçava com o explosivo -segundo o porteiro, seria uma granada.
"O menino demonstrava não ter experiência em assaltos. Enquanto eu citava a Bíblia, ele dizia: tio, não é hora pra isso", contou o porteiro Raimundo Costa, que estimou em 12 anos a idade do assaltante.
O grupo entrou no prédio -um edifício de classe média alta, bem de frente para a praia de Botafogo, vizinho ao do ministro da Saúde, José Gomes Temporão- quando um dos moradores entrava na garagem, em companhia da namorada.
O casal e o porteiro foram rendidos. Três dos assaltantes foram com o casal para o apartamento, amarraram o morador e roubaram dinheiro, eletrônicos e outros objetos.

Fuga e batida
Saíram do prédio no automóvel Honda Civic do morador, em alta velocidade. Na fuga, bateram com um Corsa, que capotou sob o impacto, ferindo os três ocupantes: duas moças e um rapaz, que foram atendidos no Hospital Souza Aguiar.
Alguns metros adiante, os assaltantes abandonaram o carro batido e parte dos produtos roubados. Os garotos renderam um outro motorista e fugiram. A 10ª Delegacia Policial, onde o caso foi registrado, não deu informação sobre o paradeiro dos assaltantes.

Guarita
O atual comandante-geral da Policia Militar, coronel Gilson Pitta Lopes, não mora na residência oficial. De acordo com vizinhos, os soldados que ficam na guarita não esboçaram reação ao assalto.
Pela manhã, os soldados que estavam na guarita disseram que chegaram para o plantão às 6h e que não foram informados sobre o assalto. Alegaram que a função deles é impedir a pichação dos muros e a invasão da residência; e não vigiar a rua.


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