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"Ele é o nosso diretor-geral"
da Reportagem Local
Os policiais que têm empresas de
segurança esqueceram de avisar as
telefonistas de que são só sócios,
que não dirigem o negócio.
Gravações feitas pela Folha em
seis empresas mostram que os policiais são ativos. Em todas, o repórter perguntava se o delegado
ficava lá e qual era seu cargo.
Na Nacional, empresa em que o
delegado Miguel Gonçalves Pacheco e Oliveira tem interesses, a
telefonista diz: "Continua na empresa. É o nosso diretor-geral".
Na Vanguarda, outra empresa
ligada a Oliveira, a secretária diz
que ele vai sempre à empresa, mas
não tem certeza sobre o cargo.
"Dr. Tanganelli passa todo dia
pela manhã", diz a telefonista da
Defender, referindo-se a Everardo
Tanganelli Junior. O outro delegado ligado à empresa, José Roberto
de Arruda, "passa às vezes".
Na Pollus, empresa ligada ao delegado Ivaney Cayres de Souza, a
telefonista não vacila.
Folha - Qual o melhor horário para encontrar o doutor Ivaney?
Telefonista - No horário comercial.
Folha - Qual é o cargo dele?
Telefonista - É dono da empresa, um dos diretores.
Na SPV, do coronel Pedro Pereira Matheus, que dirigia o 24º
Batalhão da PM à época do caso da
favela Naval em Diadema, o funcionário corrige o repórter.
"O tenente-coronel não exerce
cargo na empresa. Só exerce cargo
o coronel Pedro Pereira Matheus.
É proprietário". Matheus foi reformado após o episódio da favela
e, automaticamente, promovido a
coronel, como reza a lei.
(MCC)
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