São Paulo, domingo, 8 de fevereiro de 1998

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"Ele é o nosso diretor-geral"

da Reportagem Local

Os policiais que têm empresas de segurança esqueceram de avisar as telefonistas de que são só sócios, que não dirigem o negócio.
Gravações feitas pela Folha em seis empresas mostram que os policiais são ativos. Em todas, o repórter perguntava se o delegado ficava lá e qual era seu cargo.
Na Nacional, empresa em que o delegado Miguel Gonçalves Pacheco e Oliveira tem interesses, a telefonista diz: "Continua na empresa. É o nosso diretor-geral".
Na Vanguarda, outra empresa ligada a Oliveira, a secretária diz que ele vai sempre à empresa, mas não tem certeza sobre o cargo.
"Dr. Tanganelli passa todo dia pela manhã", diz a telefonista da Defender, referindo-se a Everardo Tanganelli Junior. O outro delegado ligado à empresa, José Roberto de Arruda, "passa às vezes".
Na Pollus, empresa ligada ao delegado Ivaney Cayres de Souza, a telefonista não vacila.
Folha - Qual o melhor horário para encontrar o doutor Ivaney?
Telefonista -
No horário comercial.
Folha - Qual é o cargo dele?
Telefonista -
É dono da empresa, um dos diretores.

Na SPV, do coronel Pedro Pereira Matheus, que dirigia o 24º Batalhão da PM à época do caso da favela Naval em Diadema, o funcionário corrige o repórter.
"O tenente-coronel não exerce cargo na empresa. Só exerce cargo o coronel Pedro Pereira Matheus. É proprietário". Matheus foi reformado após o episódio da favela e, automaticamente, promovido a coronel, como reza a lei. (MCC)





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