São Paulo, domingo, 8 de fevereiro de 1998

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Projeto bolsa-escola consegue zerar a evasão

do enviado especial a Brasília

A bolsa-escola é um dos programas sociais em andamento no ensino brasileiro que tem demonstrando os melhores resultados na redução de repetência e evasão.
O maior projeto, mantido pelo Distrito Federal, envolve hoje 43 mil alunos (10% do total da rede pública) e custa menos de 1% da arrecadação (R$ 2,6 mi em 98).
A reprovação média no ensino fundamental do Distrito Federal é de 18%; entre os alunos bolsistas, 8%. A evasão média nesse nível de ensino é de 11%; os estudantes que recebem a bolsa simplesmente não largam a escola (0,4%).
A idéia é simples: dar meio salário mínimo para as famílias de baixa renda, por filho mantido na escola. Se ele tiver mais de 10% de faltas, a família perde o benefício. Para evitar atrair pessoas de outros Estados para a região, a bolsa-escola só é concedida a famílias que comprovem residência na cidade há pelo menos cinco anos.
Segundo o secretário da Educação do Distrito Federal, Antonio Ibañez Ruiz, a bolsa têm vários efeitos importantes além da melhoria nos indicadores escolares.
O primeiro é que diminui a necessidade da família ter que pôr o filho trabalhando para completar orçamento. O baixíssimo índice de abandono mostra como a bolsa estimula a família a se preocupar com a frequência à escola. Ou seja, menos meninos vão trabalhar nas ruas e mais famílias recebem o mínimo necessário para se manter.
O segundo é que, à medida em que a família se preocupa mais com a escola do filho, as crianças começam a ter um apoio maior para estudar em casa.
Terceiro: as mães, principalmente, passam a ir com mais frequência à escola, onde elas também podem se alfabetizar, ou ser encaminhadas para outros serviços públicos, como postos de saúde, se necessário. (FR)


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