São Paulo, domingo, 8 de fevereiro de 1998

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EDUCAÇÃO
Além de ignorar questões, universitário do MA diz que colou adesivo para protestar contra teste do MEC
Provão em branco valeu 3.7 a estudante

DÉCIO SÁ
da Agência Folha, em São Luís

Um estudante do curso de direito da UFMA (Universidade Federal do Maranhão) afirma que, em junho, entregou em branco os testes do provão do MEC e, mesmo assim, obteve nota média de 3.7 -7.5 nas questões de múltipla escolha e zero na discursiva.
Nonnato Masson Mendes dos Santos, 22, diz que, além de não responder às questões, colou um adesivo com a frase "o provão não prova nada".
Quando recebeu o resultado, no final do ano passado, veio a surpresa: tirou 7.5 nas questões de múltipla escolha e zero nas discursivas, o que resultou em uma nota média de 3.7.
Números
Esses números constam do boletim do graduando enviado a ele pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão ligado ao MEC e coordenador do provão.
Outros dois estudantes de direito que também entregaram as provas em branco confirmaram a versão de Masson.
"Também colamos um adesivo de protesto", afirmou Raimundo Nonato Monteiro Filho, 32. Eduardo Corrêa, 23, disse que sua prova foi até filmada.
Ele pretende reunir todos os estudantes que entregaram as provas em branco para requerer suas notas no MEC.
No caso de Masson, o pedido foi feito antes da prova, em resposta a uma das várias cartas que o MEC enviou aos estudantes antes do provão.
Lavagem cerebral
"Nesse ano foi feita uma lavagem cerebral em quem ia fazer o teste. O MEC mandava várias cartas para intimidar a gente", disse Masson. "A coordenação do nosso curso dizia que a universidade seria descredenciada e ainda havia a mídia", completou.



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