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Objetivo não pode ser apenas contábil, diz secretário
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O secretário-executivo do Ministério da Educação, Fernando
Haddad, diz que a autonomia envolve um "pacto" entre Estado e
instituições de ensino superior visando interesses nacionais. Por isso, a importância da discussão sobre o papel da universidade.
Para Haddad, é preciso incluir
no debate a maneira como as instituições podem contribuir para o
desenvolvimento do país.
"A autonomia é instrumento
para a realização de um bem
maior. Em si mesma, ela terá pouco significado prático, a não ser
um significado menor, o contábil,
se não houver como horizonte o
papel da universidade. Vejo, às
vezes, a questão colocada de forma reducionista."
Segundo o secretário, o MEC está discutindo com o Tesouro modificações na programação financeira e no uso de recursos próprios das universidades públicas
federais, que podem, gradativamente, reduzir a burocracia.
Ele afirma que algumas alterações devem ser feitas antes do final do ano, podendo ser aperfeiçoadas na reforma universitária.
Atualmente, as federais dependem do governo para definir a
aplicação de verba, a contratação
de professores e até a utilização
dos recursos próprios.
Para o secretário, o debate da
autonomia envolve também o
funcionamento das fundações de
apoio e a definição de um valor
mínimo necessário para a manutenção da instituição.
"O MEC não está ganhando
tempo com o processo de discussão nem postergando o debate. O
que queremos é decantar as propostas já existentes, tentando obter consenso", afirma Haddad, ao
tratar do cronograma montado
pelo ministério para a reforma
universitária.
Nos dias 29 e 30 deste mês, haverá reunião do grupo executivo
responsável pelo projeto de reforma no ministério para tentar fechar um projeto inicial (matriz).
A partir daí, serão realizados
cinco debates regionais com a
participação da sociedade.
De acordo com Haddad, outro
tema importante na reforma é o
acesso ao ensino superior. "Hoje
há um falso dilema quando se diz
que a universidade pública atende
ao rico e a particular, ao pobre. O
pobre não tem acesso nem sequer
ao ensino médio. Não se trata de
um debate entre ricos e pobres."
Nesse sentido, Haddad diz que
o MEC será reestruturado e dará
prioridade também à melhoria do
ensino fundamental e médio.
O secretário inclui, entre ações
para melhorar o ensino público, a
implementação do Fundeb -um
fundo para financiar a educação
básica com a redistribuição de recursos de municípios, Estados e
União de acordo com o número
de alunos matriculados na rede
pública. Cálculos de 2003 apontam que seriam necessários pelo
menos mais R$ 5 bilhões da
União para a criação do novo fundo, que substituirá o atual Fundef
(Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério).
(LC)
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