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Líder do setor é acusado de fraudes
DA REPORTAGEM LOCAL
O grupo liderado pelo empresário José Ruas Vaz, de origem portuguesa, atua no transporte de
São Paulo há mais de quatro décadas e ainda ampliou seu espaço na
licitação realizada em 2003 pelo
governo Marta Suplicy (PT).
Com seus sócios, como Carlos
de Abreu, Ruas detinha um terço
da frota paulistana, mas passou a
controlar mais da metade.
O grupo do empresário, citado
por sucessivas administrações como um dos líderes dos locautes, já
foi acusado também por procuradores do INSS e por ações da PAJ
(Procuradoria de Assistência Judiciária) de usar estratégias fraudulentas para se livrar de dívidas,
por conta da transferência de uma
viação endividada a "laranjas".
Ele está entre os que entregaram
cartas de fiança falsas à prefeitura
nos atuais contratos de concessão
-mas nega ter agido por má-fé.
Um relatório do INSS do final
de 2002 apontava 22 empresas no
Estado ligadas a Ruas. As dívidas
previdenciárias só de nove delas
ultrapassavam R$ 500 milhões.
Ruas evita falar com a imprensa
-e não atendeu aos pedidos de
entrevista desde anteontem. Nos
últimos anos, seu filho, Paulo
Ruas, passou a comandar suas
viações e virou presidente do SP
Urbanuss (sindicato patronal).
O domínio do grupo Ruas também cresceu nesta década após
ele assumir a fábrica de carrocerias Caio/Induscar, que se tornou
a principal fornecedora dos ônibus zero-quilômetro da capital.
Ele foi conhecido ainda por ter
transferido uma de suas principais viações nos anos 90, a Penha
São Miguel, para Montevidéu, no
Uruguai, um paraíso fiscal que
permite garantir sob sigilo os
reais donos da empresa e que dificulta a cobrança de pendências.
As viações ligadas ao grupo
Ruas foram as que deixaram de
pagar os motoristas e cobradores
nesta semana, junto com as de Belamino Marta, outro empresário
de origem portuguesa que está
em São Paulo há décadas e controla boa parte dos veículos da zona norte, no consórcio Sambaíba.
Ontem, a circulação dos coletivos não foi afetada em viações tidas por independentes. Paratodos e Tupi, por exemplo, pagaram
os salários, diferentemente da Cidade Dutra, ligada a Ruas e que
faz parte do mesmo consórcio.
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