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TRANSPORTE
Mesmo após final da paralisação, usuários tiveram de enfrentar ônibus lotados e atrasos; comércio reclama prejuízos
Passageiro espera duas horas no ponto
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma espera por ônibus seis vezes maior do que a usual foi o que
a paralisação durante a madrugada de ontem causou ao programador Wagner Luiz da Costa.
Acostumado a aguardar no terminal João Dias (zona sul) por até
20 minutos, Costa levou mais de
duas horas para conseguir pegar
um ônibus até o terminal Parque
Dom Pedro, onde chegou depois
das 10h. O resultado da demora
foi o atraso fora do normal para
chegar ao trabalho, no bairro
Anália Franco (zona leste), onde
deveria estar às 9h.
O caso do programador, no entanto, não faz parte dos números
da SPTrans (empresa municipal
responsável pelos transportes), já
que o órgão não contabiliza o total de pessoas que foram atingidas
pelo atrasos que ocorreram mesmo após o fim da paralisação. Segundo a entidade, 727 mil passageiros deixaram de pegar ônibus
até as 6h.
A auxiliar de limpeza Giovana
da Silva, 32, também sofreu com
os problemas nos transportes
mesmo após o movimento ter sido encerrado. Ela disse ter esperado 40 minutos por um ônibus no
terminal São Mateus que a levaria
ao centro. O intervalo normal,
diz, é de dez minutos.
Jaqueline Rezende, 22, foi outra
prejudicada. Ela chegou ao trabalho, em uma loja na rua 25 de
Março, apenas às 9h30 -seu horário de entrada é às 7h30. "Só
consegui pegar o terceiro ônibus
que passou no ponto depois que
eles voltaram a funcionar. Todos
vinham cheios, com gente presa
na porta", conta.
Menos consumidores
Proprietário de duas lojas na região da 25 de Março, Ivo Peixoto,
55, reclamou que, além do atraso
dos funcionários, a falta de ônibus
afetou o movimento de consumidores. "Quem viria para comprar
nem saiu de casa. O movimento
caiu cerca de 40%."
Agda Salles, supervisora de outra loja na região, aponta que até
os ambulantes tiveram dificuldades para chegar. "A rua ficou vazia. Isso aqui estava o paraíso",
brinca, já que não teve as vendas
prejudicadas, pois seus clientes
fazem compras por telefone.
Na região comercial da rua Teodoro Sampaio (em Pinheiros, zona oeste), o movimento de compradores também diminuiu. "Dá
pra ver pela quantidade de pedestres. A rua está mais calma do que
o normal", disse Pedro Cerqueira
da Silva, 23, assistente de vendas
de uma loja de roupas.
Com o pé enfaixado, sem poder
andar direito, a digitadora desempregada Valdelice Nascimento,
45, teve que caminhar do terminal
Parque Dom Pedro -onde chegou às 5h10 e não havia ônibus-
até o bairro da Liberdade para garantir lugar na fila do Centro de
Solidariedade ao Trabalhador.
"Fiquei mais de uma hora andando", afirmou.
(LUÍSA BRITO E SIMONE HARNIK)
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