São Paulo, domingo, 08 de março de 2009

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Erro médico matou mulher, acusa família

Cirurgia para retirar coágulo em hospital público, no Rio, foi feita do lado errado do cérebro, afirmam familiares

Dona-de-casa foi atendida no hospital Getúlio Vargas, onde morreu ontem; para irmã, operação deveria ter sido do lado esquerdo, não do direito


DA SUCURSAL DO RIO

A família de Verônica Cristina do Rêgo Barros, 31, acusou ontem o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro, de um erro médico que teria provocado a morte da dona-de-casa. O hospital pertence à rede pública.
Familiares de Verônica acusam os médicos do hospital de terem operado o lado direito do cérebro dela em lugar do lado esquerdo, onde fora localizado um coágulo. Segundo a família, um laudo recomendara urgência na intervenção cirúrgica.
O hospital informou que o médico foi afastado enquanto o caso é investigado.
"Fizeram tomografia e constataram que ela estava com um coágulo no cérebro do lado esquerdo, e o médico foi operar. Só que ele operou do lado direito. Ele abriu a cabeça dela do lado direito, fechou e jogou ela no CTI (Centro de Tratamento Intensivo), como se nada tivesse acontecido", disse a irmã de Verônica, Alba Valéria Barros, ao ""RJ-TV", da TV Globo. Ela deu queixa na 22ª DP (Penha) por lesão corporal.
Segundo parentes, no dia 1º Verônica caiu no banheiro de sua casa, no Irajá, e bateu com a cabeça no vaso sanitário. No dia seguinte, depois de sofrer convulsões e reclamar de enjoos durante a madrugada, ela foi levada ao hospital.
Ainda segundo a família, o médico Alexandre Legara Machado apontou, em laudo, a necessidade de cirurgia urgente. Segundo a tomografia, diz a família, Verônica tinha um coágulo no lado esquerdo.
No mesmo dia, ela foi operada por um cirurgião do hospital, que não teve seu nome divulgado. De acordo com Alba, Verônica foi operada do lado direito do cérebro.
A irmã da vítima do suposto erro médico contou que anteontem, ao chegar ao hospital, encontrou Verônica sendo levada, novamente, para a sala de operação, onde foi ela operada do lado esquerdo, local da presença do coágulo. Internada no CTI, Verônica morreu horas depois. Ela deixou dois filhos.


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