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Cardeal do Vaticano defende excomunhão
Religioso criticou aborto feito em menina
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
DA REDAÇÃO
O cardeal Giovanni Battista Re, presidente da comissão pontifícia para a América Latina do Vaticano, defendeu ontem a excomunhão da mãe da menina de nove anos que abortou gêmeos, após ser estuprada e engravidada pelo padrasto em Alagoinha (230 km de Recife).
"É um caso triste, mas o verdadeiro problema é que os gêmeos concebidos eram pessoas inocentes que tinham o direito à vida e não podiam ter sido eliminados", afirmou Re ao jornal italiano "La Stampa", ontem.
Segundo o cardeal, os ataques à igreja brasileira são injustificáveis. "A excomunhão dos que provocaram o aborto é justa, porque a operação é a supressão de uma vida inocente."
Ontem, o arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria procurar assessoria teológica para falar com mais propriedade sobre religião. Na última sexta, Lula disse lamentar o posicionamento "conservador" do religioso, que excomungou a mãe. Os médicos que realizaram o procedimento também foram excomungados.
O religioso fez a declaração após missa de abertura da Campanha da Fraternidade, em Recife, celebrada pelo presidente da regional da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Antônio Muniz, arcebispo de Maceió.
Para o arcebispo, os excomungados podem deixar essa condição ao se arrependerem e serem absolvidos em confissão. Anteontem, dom José declarou à reportagem que o aborto é mais grave que o estupro, e por isso a Igreja Católica condena o primeiro caso com a excomunhão automática.
A menina de nove anos, que estava com cerca de quatro meses de gravidez de gêmeos, está em um abrigo em local não divulgado, com a mãe. O padrasto dela confessou na semana passada que abusava sexualmente da menina e da irmã dela, de 14 anos, havia cerca de três anos. Ele está preso desde o dia 27.
Com agências internacionais
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