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Adultos com déficit de atenção vão ter associação
da Reportagem Local
Se a memória está falhando, é difícil manter a atenção muito tempo
no mesmo assunto e a vontade de
falar poucas e boas está incontrolável pode não se tratar de estresse.
O diagnóstico pode ser o transtorno de déficit de atenção ou
DDA (distúrbio do déficit de atenção, antigo nome do problema).
O distúrbio foi associado às
crianças por muito tempo. Na década de 80, reconheceu-se a existência do problema em adultos.
A criança com DDA não pára
quieta, tem problemas para aprender e acaba expulsa das brincadeiras porque não consegue aprender
as regras. Essas crianças sofrem
com a fama de mau comportamento e de hiperatividade. Suas
atitudes são facilmente confundidas com traços de personalidade.
Para explicar e divulgar o DDA
está sendo criada a Associação
Brasileira do Déficit de Atenção,
semelhante à que existe nos EUA.
"O adulto que sofre com o DDA
enfrenta dificuldades semelhantes
às das crianças, mas em uma escala
diferente. O adulto não consegue
parar quieto, firmar a atenção em
tarefas tediosas, tem um temperamento explosivo e acaba prejudicando até as relações interpessoais", diz o psiquiatra Paulo Mattos, organizador da associação.
Mattos diz que o déficit de atenção é herança da infância. "O DDA
tem origem hereditária, não é um
problema adquirido no meio. Parte do cérebro responsável pela
atenção não funciona bem, daí o
comportamento desatento", diz o
psiquiatra infantil Francisco Assumpção, diretor do serviço de
psiquiatria infantil do Instituto de
Psiquiatria do HC da USP.
O tratamento em boa parte dos
casos é com estimulantes. "O estimulante atua na parte do cérebro
que não funciona bem. Quando
volta ao funcionamento ideal, o
sistema fica regulado", diz Assumpção.
Para Mattos, o problema é pouco
conhecido no país. "Os adultos
que têm o DDA confundem seus
sintomas com a ansiedade. No caso deles, a ansiedade é o resultado
do transtorno e não o oposto."
O diretor do Amban (Ambulatório da Ansiedade do HC da USP),
Márcio Bernik diz que o transtorno é mais perceptível nas crianças.
"O adulto sempre consegue mais
controle sobre si mesmo", diz.
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