|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Mãe diz ter deixado que líder de seita castrasse o seu filho
LUÍS INDRIUNAS
da Agência Folha, em Belém
A mãe do adolescente I.R.J.C.B.,
Rosa Helena de Jesus Silva, disse
anteontem, em depoimento ao Ministério Público, que consentiu na
castração de seu filho quando foi
questionada pelo líder da seita
Mundial, Donato Brandão.
Segundo depoimento de Rosa,
Brandão teria dito que estava
preocupado com as atitudes do
adolescente, que havia desaparecido de casa por um mês.
Rosa, que é integrante da seita
desde 1996, confirmou que seu filho havia dormido algumas vezes
no mesmo quarto que Brandão.
Hoje é o prazo final para a conclusão do inquérito policial. De
acordo com a promotora Martha
Helena Ribeiro, o Ministério Público pode, ainda nesta semana,
denunciar Brandão por, pelo menos, sete crimes.
Testemunhas
Rosa é a quarta testemunha a
confirmar a participação de Brandão na mutilação de I.R.J.C.B., 17,
Rejânio de Jesus Morais, 21, e José
Ribamar Cidreira, 23. As castrações ocorreram durante um suposto assalto no dia 5 de fevereiro,
na praia de Araçagy, em São Luís.
Morais disse, em depoimento,
que a intenção de Brandão era torná-los "arcanjos" com a castração.
O estudante Israel de Souza Silva
afirmou que teria sido procurado
por Brandão para que ele contratassem, por R$ 500, os três homens
que cometeram o crime.
O integrante da seita Joaquim
Nabuco da Cunha, que auxiliou na
castração, também confirmou o
envolvimento de Brandão.
A aposentada Zélia Mondego,
que disse ter vivido três meses em
regime marital com o líder, disse
que suspeitava do relacionamento
de Brandão com I.R.J.C.B.
Denúncias
O líder da seita Mundial, que
cumpre prisão temporária, deve
ser denunciado sob a acusação de
atentado violento ao pudor, lesão
corporal de natureza grave com
deformidade permanente, estelionato, redução de pessoas a regime
análogo à semi-escravidão, reconhecimento ilegal de paternidade,
falsidade ideológica e falsificação
de documentos.
Em 1994, Brandão já havia sido
condenado a nove anos de prisão
por atentado violento ao pudor
praticado contra menores.
Além de Brandão, Joaquim Cunha também está detido.
Já o estudante Israel de Souza Silva, que depôs na última sexta-feira, teve o pedido de prisão preventiva negado pelo juiz.
Os três homens que teriam sido
contratados por Brandão para praticar a castração nos três rapazes
continuam desaparecidos.
Texto Anterior: Corregedoria da PM indicia quatro policiais Próximo Texto: Raio mata piloto de jet-ski em torneio Índice
|