São Paulo, segunda-feira, 08 de abril de 2002

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SEGURANÇA

Roberto Aguiar defende uma abordagem mais "humana" dos policiais; ocupação de favelas será mantida

Novo secretário quer reeducar polícia no Rio

DA SUCURSAL DO RIO

O novo secretário da Segurança do Estado do Rio, Roberto Aguiar, afirmou ontem que um de seus principais objetivos à frente da secretaria é "reeducar e requalificar" a polícia. Ele disse ainda que quer promover uma reformulação das estatísticas sobre violência, afim de torná-las mais eficientes e transparentes.
As duas medidas estão no programa emergencial de segurança pública da nova governadora Benedita da Silva (PT), que está sendo coordenado por Aguiar.
O plano, a ser apresentando oficialmente nesta semana, prevê uma mudança da postura do policial na abordagem ao cidadão, que, segundo Aguiar, deve ser mais "humana". "Não podemos fazer da cidadania uma moeda de troca", disse, em referência a possíveis abusos da polícia com o objetivo de conter a violência.
Para ele, um melhor treinamento do policial reduzirá o número de mortes de inocentes. "Ficaria feliz se, ao final dos nove meses de governo [período no qual Benedita ficará à frente do governo", o número de mortes de inocentes por causa de erros e excessos da polícia caísse drasticamente."
O secretário disse que manterá as ocupações nos morros e favelas em casos de violência extrema e confronto entre grupos de tráfico rivais, mas que essa medida, isoladamente, não resolve. "É preciso também o governo estar presente, com educação, lazer, assistência social e serviços públicos."
Ações do governo do antecessor de Benedita, o presidenciável Anthony Garotinho (PSB), serão mantidas. É o caso das ocupações permanentes da polícia nas favelas, como a no complexo Cantagalo-Pavão-Pavãozinho (zona sul do Rio), que serão mantidas e até estendidas para outros locais.
Uma das prioridades, afirma, são os morros da Tijuca (zona norte), onde houve confrontos entre quadrilhas de tráfico rivais na semana passada.
No primeiro final de semana do governo de Benedita, a Polícia Civil realizou uma operação com cerca de 800 policiais e 350 viaturas em áreas de altos índices de criminalidade, como bairros da zona oeste e Baixada Fluminense.
A operação foi iniciada logo após a posse do novo chefe de Polícia Civil, delegado Zaqueu Teixeira, no sábado -dia marcado por tiroteios entre PMs e traficantes e protestos de moradores.



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