São Paulo, quinta-feira, 08 de abril de 2004

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Farmácia Popular não é consenso no PT

DA REPORTAGEM LOCAL

A implantação do Farmácia Popular desagrada assessores próximos de Marta Suplicy. Eles têm dito que o programa é federal, não municipal, e responde a promessas feitas na campanha presidencial de Lula, não na da prefeita.
Há quem diga em Brasília que nem Humberto Costa se empolga tanto com o projeto, saído das pranchetas do marqueteiro Duda Mendonça quando este ainda trabalhava com Paulo Maluf (na campanha malufista de 98 o projeto levava o nome de Farmácia do Povo). Nos últimos dias Lula, voltou a pedir ao ministro agilidade na implantação do programa.
O projeto é polêmico. Especialistas em saúde pública divergem sobre a natureza da idéia. Alguns dizem que a venda de remédios, mesmo que a preços mais baixos, colide com os princípios de gratuidade e universalidade do SUS.
Há críticas também nos laboratórios estatais, para os quais caberia a fabricação dos medicamentos do Farmácia Popular. Gerentes de pelos menos 3 dos 18 laboratórios reclamam que não têm condições de aumentar a atual produção para fabricar remédios para o programa. A Fundação Ezequiel Dias, em Minas Gerais, está em produção plena com 68 milhões de unidades por mês.
"Se o programa for mesmo implantado, o governo terá de comprar alguns remédios da rede privada, já que os laboratórios não fabricam todos os medicamentos previstos no projeto (cerca de 90)", diz Carlos Gomes, presidente da Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Oficiais do Brasil.
Luiz Odorico Monteiro de Andrade, presidente do Conasems, o conselho que reúne os secretários municipais de saúde do país, diz que o Farmácia Popular será bom para os municípios com mais de 100 mil habitantes. "As parcerias das prefeituras com o ministério são boas para o cidadão", afirma.
Até a origem do programa é controversa. O PT advoga que a idéia foi criada pelo ex-deputado Eduardo Jorge em 1992. Adversários dizem que o Farmácia Popular foi lançado na década passada pelo governador de Pernambuco, Miguel Arraes (PSB), onde o projeto já funciona. (FS)


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