São Paulo, sábado, 08 de maio de 2004

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LIXO

Iniciativas não tiveram sucesso na redução do mau cheiro

Prefeitura diz que fechará usina de compostagem no 1º semestre de 2005

DA REPORTAGEM LOCAL

A Secretaria de Serviços e Obras da Prefeitura de São Paulo informou que vai fechar a usina de compostagem da Vila Leopoldina, na zona oeste, no primeiro semestre de 2005. O espaço será transformado em um parque.
Os detalhes do cronograma de desativação serão apresentados na próxima quarta-feira ao secretário de Estado do Meio Ambiente, José Goldemberg.
A desativação da usina é cobrada por moradores da região em razão do mau cheio que a compostagem provoca no entorno. A Vila Leopoldina já foi um bairro essencialmente industrial, mas hoje se depara com uma expansão de empreendimentos residenciais de classe média.
A decisão da prefeitura se dá após a ameaça de interdição dela pelo Estado, já que a Cetesb (agência ambiental) já havia emitido laudo apontando que não havia outra saída para minimizar os odores a não ser fechá-la.
A prefeitura, que no final de 2003 fez investimentos, sem sucesso para tentar reduzir os odores, sempre alegou que a interdição provocaria um colapso dentro do sistema de limpeza. Afirmava ainda que não teria como romper os contratos com a Vega, operadora da usina, que vencem em novembro de 2005.
A administração municipal defendia que a desativação fosse feita somente depois da construção de novas usinas de compostagem em São Paulo, previstas nos contratos de concessão da coleta do lixo -cuja licitação foi suspensa por liminar na semana passada. A concorrência estabelecia três anos para elas serem inauguradas.
A Secretaria de Serviços e Obras informou ontem que a nova decisão é irreversível. Diz que foram feitos estudos para levar os resíduos para aterros -já que a usina da Vila Leopoldina, inaugurada em 1974, é a única em funcionamento hoje- e que foi feito um acordo com a Vega para a interrupção do contrato de operação.
Em 2003, os vizinhos do bairro chegaram a coletar mais de 7.000 assinaturas pelo fechamento da usina e fizeram 232 queixas à Cetesb. Ela opera além de sua capacidade: recebe cerca de 700 t diárias de lixo e poderia processar 400 t por dia. O que sobra fica armazenado por muito tempo, piorando os fortes odores.
A venda média do pré-composto não chegou a 300 t diárias até outubro de 2003. Mesmo tendo um custo baixo -R$ 1,5 a tonelada-, ele não é recomendado por entidades de agricultores.


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