São Paulo, sábado, 08 de maio de 2004

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CLIMA

Em Santa Catarina, 4 cidades estão em situação de emergência e há 220 famílias desalojadas; tempo deve melhorar hoje

Chuva mata 3 e inunda municípios no Sul

Flávio Neves/"Diário Popular"
Moradores atravessam rua inundada em Pelotas (RS), onde um agricultor morreu em razão das chuvas


DA AGÊNCIA FOLHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O sul de Santa Catarina registrava ontem quatro municípios em situação de emergência, 220 famílias desalojadas, cinco comunidades isoladas e centenas de pontos de alagamento em decorrência das chuvas que atingem o Estado desde segunda-feira. No Rio Grande do Sul, dois municípios enfrentam transtornos com enchentes. Três pessoas morreram afogadas nos dois Estados.
As chuvas intensas, segundo o Climerh (Centro Integrado de Meteorologia e Recursos Hídricos de Santa Catarina), são em decorrência de uma frente fria que ficou estacionada sobre a região Sul associada a um sistema de baixa pressão atmosférica. O tempo deve melhorar a partir de hoje.
Segundo a meteorologista Marilene Lima, do Climerh, as precipitações, que em diversos municípios do sul catarinense já representam o triplo da média histórica do mês de maio, não têm relação com um ciclone extratropical.
"Apesar de haver condições para a formação de um ciclone extratropical, que é um fenômeno típico para esta época do ano, o que tivemos aqui, até agora, foi a atuação de um sistema de baixa pressão atmosférica, uma área de instabilidade", afirmou Lima.
Em Forquilinhas, 40 famílias tiveram de deixar suas casas para se abrigar em escolas. Duas garotas morreram afogadas, e quatro comunidades estavam ilhadas devido à interdição de estradas. Cristiane Cardoso, 13, e Aline Barros Nunes, 14, estavam perto de um represamento de água formado pelas chuvas quando se acidentaram e morreram.
Houve enchentes também em Laguna, Meleiro, Morro da Fumaça, Criciúma e Araranguá, onde havia 120 famílias desalojadas.
O agricultor Jorge Augusto Bacchini Adamole, 43, morreu ontem afogado quando atravessava uma ponte na zona rural de Pelotas, que juntamente com Capão do Leão, ficou isolada.
Para o meteorologista Solismar Prestes, do 8º Distrito de Meteorologia, o que houve no Rio Grande do Sul foi apenas chuva. Não há relação com o clima em Santa Catarina, pois a região de Pelotas, próxima ao Uruguai, é distante da divisa entre os Estados.
Em Pelotas, ao menos 120 famílias ficaram desabrigadas em razão da chuva, que atingiu 238 mm -quase o triplo da média mensal. Foi decretada situação de emergência -3 das 4 rodovias que dão acesso ao município foram interrompidas. (JAIRO MARQUES E LÉO GERCHMANN)


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