AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Há cada vez mais pessoas com alergia e asma, mas há igualmente mais informações e maneiras de reduzir seus efeitos. Os números, no entanto, continuam assustadores: são 60 milhões de alérgicos no Brasil, 15 milhões deles asmáticos, com 2.500 mortes por ano.
Estima-se que 30% da população ocidental, em média, sofra de alergia. A tendência, segundo os especialistas, é que as condições de habitação, tecidos sintéticos, carpetes e tapetes, venham a aumentar esse número ano a ano.
Em contrapartida, há cada vez mais pessoas procurando informação sobre essas doenças.
Para lembrar o Projeto Dia Nacional de Prevenção da Alergia, que aconteceu ontem, a Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia está realizando uma série de palestras no shopping Eldorado, em São Paulo. O evento começou ontem e vai até amanhã.
Entre as 13h e as 16h, a cada hora, é possível ouvir palestras e fazer perguntas a especialistas, além de se submeter a provas de capacidade respiratória -a falta de ar ao caminhar pode ser confundida com problemas cardíacos.
Um dos estandes mostra uma casa ideal, isenta dos elementos que mais provocam alergia e asma: ácaros, poeira, fumaça de cigarro, tapetes, carpetes, colchões e bichinhos de pelúcia.
A asma é uma doença alérgica respiratória mais grave que a alergia. As duas atingem pessoas sensíveis a certos elementos, e, enquanto a primeira se manifesta por dificuldades respiratórias, a segunda pode aparecer em forma de urticária, rinites, mucosa brônquica e inflamação conjuntiva.
Segundo Luzimar Teixeira, professor da USP, membro da Sbai e coordenador do Instituto Puttin -que se dedica à prevenção dessas doenças-, a forma de reduzir a alergia é tornar o ambiente mais saudável. Já existem aspiradores com filtros especiais, umidificadores e equipamentos de ar-condicionado mais modernos. "Prédios doentes", como são chamados aqueles de instalações antigas precárias, chegam a causar 25% a mais de alergias. Na maioria deles não há limpeza dos dutos e dos filtros, afirma Teixeira.
"O colchão é a maior fazenda de criação de ácaros e a pele humana, que perdemos durante a noite, é a "picanha" desses animaizinhos microscópicos", diz o professor. "Se não puder cobrir o colchão com uma capa especial, coloque-o ao sol", diz o professor.