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A dona-de-casa Luzinete Oliveira de Carvalho, 35, usou bolsas de chá de camomila nos olhos para disfarçar as olheiras da noite anterior. A razão da insônia era o nervosismo pela data que considera a mais importante de sua vida: o dia de seu casamento.
Carvalho e o noivo, o gari Laerte Souza Fonseca, 36, moram juntos há dois anos, mas resolveram formalizar a união num casamento coletivo que reuniu ontem 205 casais nos quais pelo menos um dos noivos é funcionário da Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio).
Realizada num ginásio poliesportivo em Campo Grande (zona oeste), a cerimônia foi patrocinada por empresas que prestam serviço à Comlurb e custou cerca de R$ 20 mil, segundo a empresa. A idéia do casamento coletivo, realizado pela primeira vez, surgiu da constatação de que muitos funcionários gostariam de oficializar suas uniões e não o faziam por falta de tempo ou dinheiro.
Os noivos foram atendidos por 55 cabeleireiros, 17 manicures e nove maquiadores do Senai (Serviço Nacional de Aprendizado Industrial). A gari Adilina Cabral Anselmo, 50, comemorava o fato de, a partir de agora, não ter mais que passar por situações como a que viveu ao tentar emprestar o cheque nominal dela para o companheiro comprar uma TV. "Não aceitaram o cheque porque não éramos marido e mulher."
Às 16h35, os noivos entraram na quadra convertida em altar ao som da marcha nupcial. A cerimônia foi multireligiosa. Depois do "sim", compartilharam com familiares e amigos os 5.000 pedaços de bolo encomendados.


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