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JUSTIÇA
Juiz relaxou prisão em flagrante de Armando Mellão Neto, que, segundo a PF, dizia ter influência na CPI do Banestado
Ex-presidente da Câmara de SP deixa prisão
DA REPORTAGEM LOCAL
Após 49 dias preso na carceragem da Polícia Federal, o ex-presidente da Câmara de São Paulo
Armando Mellão Neto, 42, teve
sua prisão revogada ontem após
duas decisões judiciais a seu favor. Mellão foi detido no dia 19 de
março num flat do Itaim Bibi, na
zona oeste de São Paulo, ao negociar o recebimento de um envelope com R$ 581.400.
Segundo investigação da PF, o
ex-vereador extorquia dinheiro
de suas vítimas ao dizer que exercia influência na CPI do Banestado -que apura remessas ilegais
de dinheiro ao exterior. Ele afirmava que podia barrar investigações em troca de dinheiro.
No dia da prisão de Mellão policiais encontraram em sua casa
quatro armas, sendo duas (um revólver calibre 38 e uma pistola calibre .40) de uso restrito do Exército e da polícia. Foram elas que o
mantiveram atrás das grades.
Na quinta-feira, a Justiça rejeitou denúncia do Ministério Público Federal que envolvia Mellão
em tráfico de influência.
Ontem, o juiz Dácio Tadeu Viviani Nicolau, da 29ª Vara Criminal, relaxou a prisão em flagrante
do ex-vereador. O magistrado entendeu que o prazo previsto no
Estatuto do Desarmamento para
a entrega de suas armas ainda estava em vigor no dia da prisão.
Mellão, que até a conclusão desta edição continuava preso, vai ficar em liberdade provisória. As
investigações da PF continuam.
Acostumado às altas rodas da
sociedade paulistana, Mellão dividiu a cela com integrantes da facção criminosa PCC e suspeitos
presos na Operação Anaconda,
que investiga a formação de quadrilha para a venda de sentenças
judiciais, entre eles o juiz João
Carlos da Rocha Mattos.
O ex-vereador também solicitou no dia 9 de abril a visita de seu
médico particular sob a alegação
de que seu estado de saúde requeria cuidados especiais.
(FABIO SCHIVARTCHE)
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