São Paulo, quinta-feira, 08 de maio de 2008

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Em Fortaleza, motoristas e cobradores fecham terminais e bloqueiam ruas

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Motoristas e cobradores de ônibus de Fortaleza bloquearam ontem avenidas e fecharam terminais de ônibus pela cidade. Cerca de 560 mil pessoas que utilizam o transporte público por dia ficaram prejudicadas.
Com a paralisação, a maioria dos usuários teve de enfrentar filas e longa espera para usar o transporte alternativo em vans.
A paralisação foi um protesto contra o acordo firmado pelo próprio sindicato da categoria, o Sintro, e o Sindiônibus (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros). Os dois sindicatos acertaram reajuste salarial de 5%.
Manifestantes usaram ônibus com pneus danificados e vidros quebrados para interromper as vias. Oito manifestantes, motoristas e cobradores, foram detidos por depredação do patrimônio público.
A Polícia Militar, com a tropa de choque e a cavalaria, foi acionada para desobstruir avenidas e abrir os terminais de ônibus. No final da tarde, parte dos ônibus que fechavam ruas já tinham sido levados de volta aos pátios por motoristas reservas das empresas. Muitos veículos, porém, continuavam em filas e sobre as calçadas em vários pontos da cidade.
A frota do transporte público de Fortaleza tem 1.600 ônibus. Segundo a prefeitura, a paralisação afetou 70% da frota.
O próprio Sintro não reconheceu o protesto. Motoristas e cobradores que participam dessa greve informal alegam que o sindicato não os representa, pois não convocou assembléia para discutir o reajuste salarial e apenas acatou o que as empresas propuseram.
Com o aumento de 5%, o salário dos motoristas passou de R$ 971,93 para R$ 1.020. Eles também tiveram R$ 1 a mais por dia para o vale-refeição, que chegou a R$ 5. Os grevistas querem 28% de reajuste e vale-refeição de R$ 8.
Como não há um comando identificável da greve, a prefeitura não pôde entrar na Justiça para exigir a ilegalidade do movimento. Manifestantes e representantes dos dois sindicatos, o patronal e o de trabalhadores, negociaram a normalização do sistema em reunião na tarde de ontem. Até o início da noite, não havia confirmação sobre o fim do protesto.


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