São Paulo, sexta, 8 de maio de 1998

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Entidades criticam ação da PM

da Sucursal do Rio

A presidente do Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro, Cecilia Coimbra, disse ontem que a política de segurança pública aplicada no Estado "colocou na mão do policial o poder de vida e de morte".
Para ela, essa política de reagir à violência dos criminosos com a mesma violência não resolve e iguala o Estado "aos marginais". "É um absurdo que o Estado esteja se colocando no mesmo patamar dos marginais", disse.
O diretor no Brasil da Human Rights Watch, James Cavallaro, 35, afirmou que o uso das armas pela polícia "tem que ser limitado e com a intenção de imobilizar, e não matar".
Segundo ele, "essa determinação de quem é bandido ou não cabe à Justiça. O que cabe à polícia é deter qualquer um que violar as normas legais da sociedade", para posterior julgamento pela Justiça.
Para James Cavallaro, com essa política de segurança implementada pelo atual governo estadual, "sem dúvida" acabam morrendo inocentes.
"É um perigo botar homens para subir morros com ordem de atirar sabendo que ninguém vai apurar nada", afirmou.
Cecilia Coimbra afirmou que as declarações do secretário de Segurança, coronel Noaldo Alves Silva, "são absurdas" e seguem a mesma orientação do ex-secretário general Nilton Cerqueira, que costuma tomar posições "afrontosas a entidades de defesa dos direitos humanos".



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