São Paulo, terça-feira, 08 de junho de 2004

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POLÍCIA

Com ajuda do FBI, policiais federais prenderam em SP suspeitos de falsificar documentos para imigrantes ilegais

Presos acusados de integrar máfia chinesa

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Polícia Federal desbaratou ontem o braço da máfia chinesa responsável pelo fornecimento de mão-de-obra barata utilizada no comércio de produtos piratas na rua 25 de Março, em São Paulo, e em Miami. O grupo também tinha ramificações na China, na Bolívia, no México e nos EUA.
Há suspeitas de que o empresário Law Kim Chong, 43, também ligado à máfia chinesa, utilizasse os imigrantes. Chong foi preso na semana passada, quando tentava subornar o presidente da CPI da Pirataria, deputado Luiz Antonio de Medeiros (PL-SP), para que seu nome fosse retirado do relatório da comissão.
Presa ontem, a brasileira de origem chinesa Zhong Xiau Lei, 43, conhecida como Helena, é suspeita de chefiar a ramificação brasileira da máfia chinesa.
Foram apreendidas cópias de passaporte em branco, vistos consulares, habilitações chinesas em branco e carimbos de imigração paraguaios. Segundo a PF, o grupo falsificava vistos americanos e passaportes brasileiros, chineses, japoneses e coreanos.
Os trabalhadores eram recrutados em Pequim, capital da China, por meio de anúncios em jornal. Os trabalhadores precisavam ter de 22 a 35 anos, boa saúde e "certo conhecimento de produtos elétricos", conforme texto de anúncio obtido pela Folha.
Na sexta-feira, a Interpol prendeu 54 chineses na cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra, também relacionados ao grupo de Helena. De lá, os trabalhadores eram levados ao México para ingressar nos Estados Unidos, onde encontravam trabalho em lojas de Chong localizadas em Miami.
A Interpol americana identificou a ocorrência de vistos falsos na fronteira com o México nos últimos meses e iniciou a investigação. Muitos trabalhadores chineses conseguiram entrar em território americano devido à alta qualidade dos vistos.
A PF vai investigar se há ligação de Chong com Helena. A Folha não conseguiu localizar o advogado de Chong na noite de ontem.


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