São Paulo, terça-feira, 08 de junho de 2004

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SAÚDE

Presidente lança programa de venda de remédios em Salvador, gerida pelo PFL; ministério vê aumento de investimento

Lula nega privilégio partidário em farmácias

LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Em sua primeira visita a Salvador desde que tomou posse, há um ano e meio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que não utilizou critérios partidários para instalar as Farmácias Populares do governo federal.
"Estamos inaugurando hoje [ontem] quatro estabelecimentos. Dois estão localizados em cidades administradas pelo PFL [Salvador e Rio de Janeiro]. Os outros dois estão em municípios que têm administrações do PT [São Paulo e Goiânia]", disse o presidente.
Das 17 unidades entregues ontem, prefeituras petistas levaram 11 (sendo dez para Marta Suplicy em São Paulo). As próximas capitais estaduais contempladas devem ser Vitória, Recife e Fortaleza, além de Brasília.
No Hospital Santo Antônio, mantido pelas Obras Assistenciais Irmã Dulce, o presidente Lula afirmou que o único critério para definir a escolha foi a "necessidade do povo" e "não o partido daquele que governa a cidade".
O petista disse que a Bahia, governada pelo PFL, tem sido muito bem tratada pelo governo federal, sendo o Estado que mais tem famílias cadastradas no programa Bolsa-Família -557.442. Para Lula, o Farmácia Popular vai permitir que os medicamentos deixem de ser um artigo de luxo.
O coordenador de serviços farmacêuticos do Ministério da Saúde, Dirceu Barbano, destacou que o governo vem aumentando os recursos para a distribuição gratuita de remédios e que o Farmácia Popular não comprometerá esse braço da assistência.
Em 2003 o governo federal investiu R$ 2,8 bilhões em remédios, o que inclui os R$ 173,9 milhões da assistência básica. Para este ano, estão previstos R$ 3,5 bilhões para o setor.
Segundo Barbano, é um equívoco achar que investir o valor do Farmácia Popular na assistência gratuita resultaria em melhora imediata da situação de saúde da população. Para isso, disse Barbano, é necessário também melhorar a assistência médica, o que o ministério tem feito por meio de programas como o PSF (Programa de Saúde da Família).
Ele destacou que o Farmácia Popular beneficiará principalmente famílias que hoje não conseguem completar os tratamentos em razão do custo dos remédios.
Barbano afirmou que não há risco de faltar remédios nas novas unidades. "Compramos um estoque muito grande. Será suficiente para pelo menos seis meses."
De acordo com o Ministério da Saúde, a intenção é firmar entre cem e 200 convênios com entidades filantrópicas e Santas Casas para vender remédios subsidiados pelo governo federal.


Colaborou a Reportagem Local


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