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Programa é ilegal, diz advogada
DA REPORTAGEM LOCAL
Da maneira como funcionará,
servindo também de solução para
pacientes do SUS que não conseguirem remédios na rede pública,
o programa Farmácia Popular é
ilegal, afirma a diretora do Idisa
(Instituto de Direito Sanitário
Aplicado), Lenir Santos.
A legislação brasileira prevê assistência terapêutica gratuita e integral. Isso significa que o governo é obrigado a dar os medicamentos. "Se o Farmácia Popular
for para as pessoas do SUS, é ilegal", disse Santos ontem. "E se o
SUS cobra o remédio, poderá cobrar o exame. Não acho que isso
acontecerá, mas é um princípio
que está em questão", disse.
Ao haver cobrança, afirma Santos, o princípio da universalidade
do sistema é ferido.
"Já que o governo não dá remédio, vai vender. Não quero ser crítica. Mas o programa não pode facilitar o acesso cobrando de quem
deveria ter o medicamento gratuitamente", afirmou ainda.
Apoio
Apesar de ter ficado reticente
com o Farmácia Popular no início, a presidente da Fenafar (Federação Nacional dos Farmacêuticos), Maria Eugênia Cury, decidiu apoiar o programa e vê nele
duas vantagens principais: a possibilidade de atender a população
quando ela não conseguir o medicamento por meio do SUS e a introdução, no mercado, de um
modelo diferenciado de farmácia,
sem a "empurroterapia".
"A gente tinha a preocupação
de que [o Farmácia Popular] fosse
a política de distribuição farmacêutica do país, mas a política
continuará centrada no SUS. É
complementar, não conflitante."
O presidente do Conselho Federal de Farmácia, Jaldo de Souza
Santos, considera a proposta ineficaz. "Vender mais barato é válido, mas não vai resolver. O que a
população precisa é de medicamento gratuito."
(FL e AL)
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