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Ação de PM causa pânico no shopping Center 3
Tensão aumentou quando mais de 50 policiais entraram correndo no local
Clientes do shopping disseram que os policiais agiram com excesso de força e retiraram pessoas de dentro da sala do cinema
DA REPORTAGEM LOCAL
A ação da Polícia Militar para
conter os punks que realizavam
ontem um protesto contra o G8
na avenida Paulista e entraram
em confronto com policiais
provocou pânico entre os clientes do shopping Center 3.
A cada bomba de efeito moral
atirada contra os manifestantes na porta do shopping, por
volta das 16h, famílias inteiras,
casais de namorados, adolescentes, idosos e crianças corriam para dentro do estabelecimento buscando proteção.
Algumas pessoas foram atropeladas por outras nas escadas
rolantes -algumas foram desligadas. Lojistas chegaram a
baixar as portas.
A tensão entre os clientes e
donos das lojas cresceu quando
mais de 50 PMs portando cassetetes e armas em punho entraram correndo no shopping.
O sistema de som anunciou
para os clientes manterem a
calma porque a PM havia contornado a situação. O superintendente do shopping, Marcos
Eduardo Silva, lamentou o episódio, mas afirmou que não
houve danos no local.
À Folha, clientes do shopping disseram que os policiais
agiram com excesso de força. O
contador Júlio César Arruda,
40, acusa a polícia de tê-lo retirado com um amigo (que usa
cabelo moicano) da sala 5 do cinema durante o filme "Premonições". "Foi um abuso", disse.
Uma estudante de psicologia
da PUC de 23 anos que preferiu
não se identificar também foi
detida dentro do cinema e levada para o 4º DP (Consolação).
Ela tinha na bolsa um canivete
suíço dado pela mãe. Foi o segundo grande susto na vida dela em um cinema. Em 3 de novembro de 1999, ela estava na
sala do MorumbiShopping onde o então estudante de medicina Mateus da Costa Meira
usou uma metralhadora para
matar três pessoas que assistiam a "Clube de Luta".
Fabiano Nunes, repórter do
jornal "Agora", também foi
agredido por um PM. Antes de
apanhar, o jornalista havia
mostrado seu crachá de identificação ao PM.
(KLEBER TOMAZ e ANDRÉ CARAMANTE)
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