São Paulo, sexta-feira, 08 de junho de 2007

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Ação de PM causa pânico no shopping Center 3

Tensão aumentou quando mais de 50 policiais entraram correndo no local

Clientes do shopping disseram que os policiais agiram com excesso de força e retiraram pessoas de dentro da sala do cinema

DA REPORTAGEM LOCAL

A ação da Polícia Militar para conter os punks que realizavam ontem um protesto contra o G8 na avenida Paulista e entraram em confronto com policiais provocou pânico entre os clientes do shopping Center 3.
A cada bomba de efeito moral atirada contra os manifestantes na porta do shopping, por volta das 16h, famílias inteiras, casais de namorados, adolescentes, idosos e crianças corriam para dentro do estabelecimento buscando proteção.
Algumas pessoas foram atropeladas por outras nas escadas rolantes -algumas foram desligadas. Lojistas chegaram a baixar as portas.
A tensão entre os clientes e donos das lojas cresceu quando mais de 50 PMs portando cassetetes e armas em punho entraram correndo no shopping.
O sistema de som anunciou para os clientes manterem a calma porque a PM havia contornado a situação. O superintendente do shopping, Marcos Eduardo Silva, lamentou o episódio, mas afirmou que não houve danos no local.
À Folha, clientes do shopping disseram que os policiais agiram com excesso de força. O contador Júlio César Arruda, 40, acusa a polícia de tê-lo retirado com um amigo (que usa cabelo moicano) da sala 5 do cinema durante o filme "Premonições". "Foi um abuso", disse.
Uma estudante de psicologia da PUC de 23 anos que preferiu não se identificar também foi detida dentro do cinema e levada para o 4º DP (Consolação). Ela tinha na bolsa um canivete suíço dado pela mãe. Foi o segundo grande susto na vida dela em um cinema. Em 3 de novembro de 1999, ela estava na sala do MorumbiShopping onde o então estudante de medicina Mateus da Costa Meira usou uma metralhadora para matar três pessoas que assistiam a "Clube de Luta".
Fabiano Nunes, repórter do jornal "Agora", também foi agredido por um PM. Antes de apanhar, o jornalista havia mostrado seu crachá de identificação ao PM. (KLEBER TOMAZ e ANDRÉ CARAMANTE)


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