São Paulo, domingo, 08 de junho de 2008

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Exército e Marinha se unem para definir futuro de fortificações

Órgãos criam força-tarefa para discutir modelo de preservação de patrimônio

Rafael Andrade/Folha Imagem
Vista do forte de Gragoatá, em Niterói; país tem 42 fortificações tombadas pelo patrimônio


MALU TOLEDO
DA SUCURSAL DO RIO

A importância histórica dos fortes uniu militares a técnicos em conservação de monumentos. Exército e Marinha formaram com o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) um grupo-tarefa para definir o futuro das fortificações brasileiras.
O trabalho feito no Museu Histórico do Exército, no forte de Copacabana, que sediou o primeiro encontro nacional para discutir o tema anteontem, pode ser usado como modelo.
Há 42 fortificações tombadas no país e mais quatro a serem tombadas. Segundo Cyro Côrrea Lyra, assessor técnico da presidência do Iphan, o Brasil teve cerca de 400 fortes, muitos deles desapareceram, ruíram ou foram invadidos.
Em alguns Estados, como São Paulo, o Iphan já faz parcerias com os militares. Segundo o superintendente regional do Iphan em São Paulo, Victor Hugo Mori, o complexo do porto de Santos, com cinco grandes fortificações, tem condição de se transformar num grande centro de visitações. Mori quer usar a educação patrimonial para ensinar sobre a história do Brasil. Ele tem o projeto de fazer um "túnel do tempo" dentro do complexo do forte de Itaipu, o maior do Estado.
Durante a caminhada, os visitantes assistiriam em uma projeção à formação geológica da serra do Mar, passando pelas construções dos fortes, até chegar ao século 21, na saída do forte, área de difícil acesso hoje.
Dos fortes tombados, alguns ainda são militarmente ativos como o forte de Itaipu, em Praia Grande, e o forte dos Andradas, no Guarujá, onde o presidente Lula costuma passar férias. Outros são controlados pelo Iphan, como o da Ilha do Mel, no Paraná, que tem o número de visitantes limitado.
Os demais são administrados por governos estaduais, municipais e até por universidades, como o caso de Santa Catarina.
Forte de Copacabana
A fortificação mais recente do Rio, parece ser a mais "moderninha". Inaugurado em 1914, o forte de Copacabana, tem atraído cada vez mais público e eventos ecléticos, como uma roda gigante no verão. Em julho, terá exibições de filmes do festival Anima Mundi.
O trabalho social, com jovens do morro Pavão/Pavãozinho, e com alunos da rede pública foram citados como projetos a serem seguidos em outras fortes.
Além do trabalho social, o coronel Edson Silva de Oliveira, diretor do Museu Histórico do Exército, se preocupa em atrair mais público e conseguir recursos, com o aluguel do espaço. Ele disse que há três anos, quando assumiu o forte, o número de visitantes passou de 60 mil para 350 mil.


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