|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GETULIO DUTRA BITTENCOURT (1951-2009)
O homem que, em 1978, fez o presidente Figueiredo falar
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Em abril de 1978, o jornalista Getulio Bittencourt e o colega Haroldo Cerqueira Lima,
o Leleco, publicaram na Folha uma entrevista com o general João Baptista Figueiredo, o último dos presidentes
militares do país.
Com o título "Exclusivo: fala Figueiredo", a reportagem
causou não só rebuliço no
meio político, como ganhou,
naquele ano, o Prêmio Esso,
"o primeiro desta Folha", como costumava dizer.
Procurado pela imprensa,
na época, Figueiredo se limitou a dizer: "Eu não gostei daquela notícia. Eles vieram
aqui para me provocar".
Feita em 95 minutos, um
dia antes de ser publicada, a
entrevista teve 111 intervenções dos repórteres, que foram proibidos, pelo presidente, de gravar e, inclusive, anotar qualquer frase sua.
Extensas, as respostas incluíam vários números.
"Acredite: realmente reproduzi a conversa de cabeça",
contava Getulio.
Mineiro da pequena Tarumirim, passou pela revista
"Veja" e pela Folha, foi correspondente em Nova York
da "Gazeta Mercantil" e diretor de redação do DCI.
Entre 1987 e 1988, foi secretário de Comunicação do
governo Sarney.
Segundo a mulher, a jornalista Ana Cristina Magalhães,
Getulio publicou cinco livros,
a maioria sobre economia.
Um deles é sobre astrologia.
Morreu anteontem, aos 57,
em decorrência de um tumor
que atingiu o pulmão e o cérebro. Deixa seis filhos e um neto. O enterro foi ontem, em
SP, no cemitério da Paz.
obituario@grupofolha.com.br
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Total de mortos por PMs em folga cresce 95% Índice
|