São Paulo, segunda-feira, 08 de junho de 2009

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GETULIO DUTRA BITTENCOURT (1951-2009)

O homem que, em 1978, fez o presidente Figueiredo falar

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em abril de 1978, o jornalista Getulio Bittencourt e o colega Haroldo Cerqueira Lima, o Leleco, publicaram na Folha uma entrevista com o general João Baptista Figueiredo, o último dos presidentes militares do país.
Com o título "Exclusivo: fala Figueiredo", a reportagem causou não só rebuliço no meio político, como ganhou, naquele ano, o Prêmio Esso, "o primeiro desta Folha", como costumava dizer.
Procurado pela imprensa, na época, Figueiredo se limitou a dizer: "Eu não gostei daquela notícia. Eles vieram aqui para me provocar".
Feita em 95 minutos, um dia antes de ser publicada, a entrevista teve 111 intervenções dos repórteres, que foram proibidos, pelo presidente, de gravar e, inclusive, anotar qualquer frase sua.
Extensas, as respostas incluíam vários números.
"Acredite: realmente reproduzi a conversa de cabeça", contava Getulio.
Mineiro da pequena Tarumirim, passou pela revista "Veja" e pela Folha, foi correspondente em Nova York da "Gazeta Mercantil" e diretor de redação do DCI. Entre 1987 e 1988, foi secretário de Comunicação do governo Sarney.
Segundo a mulher, a jornalista Ana Cristina Magalhães, Getulio publicou cinco livros, a maioria sobre economia.
Um deles é sobre astrologia.
Morreu anteontem, aos 57, em decorrência de um tumor que atingiu o pulmão e o cérebro. Deixa seis filhos e um neto. O enterro foi ontem, em SP, no cemitério da Paz.

obituario@grupofolha.com.br


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