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Jovens dizem que comprar bebida é fácil
Menos de 2% dos alunos que responderam à pesquisa dizem já não ter conseguido comprar bebidas alcoólicas
Para responsável pela coordenadoria de drogas da prefeitura, número de agentes de fiscalização é "ridículo"
Daniel Marenco/Folhapress
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Adolescente bebe vinho na rua Augusta
DE SÃO PAULO
Menos de 2% dos jovens
que responderam à pesquisa
da Unifesp dizem ter tentado
comprar bebidas alcoólicas
sem sucesso.
Apesar de a venda de álcool para menores de idade
ser proibida pelo ECA (Estatuo da Criança e do Adolescente)- a pena é de até dois
anos de prisão- e por uma
lei municipal de 2007, a
maioria dos jovens encontrados pela reportagem sábado
à noite disse não ter dificuldade para comprar bebidas.
Desde que a lei foi regulamentada, em 2008, em São
Paulo, a prefeitura realizou
112 blitze para fiscalizar a
venda de álcool para menores de idade, visitando 1.501
estabelecimentos na cidade.
A norma prevê multa de R$
4.500 e cassa o alvará de funcionamento na segunda reincidência.
A lei obriga ainda os bares
a exibir o aviso: "O álcool
causa dependência e, em excesso, provoca males à saúde". O estabelecimento que
não tiver o cartaz é multado
em R$ 1.500.
O próprio responsável pela
Coordenadoria de Atenção
às Drogas da prefeitura, Luiz
Alberto de Oliveira, reconhece que não é suficiente.
"É um número ridículo.
Tem cerca de 700 agentes
vistores na cidade e 70 mil estabelecimentos cadastrados
no município para venda de
bebida alcoólica. Fora os irregulares e ambulantes. Não
existe poder público capaz
de fiscalizar essa massa",
avalia Oliveira.
Para ele, a solução para a
questão é o apoio da população. "É preciso que a sociedade também colabore, fazendo denúncias. Reuni mais de
200 conselheiros tutelares e
os provoquei a fazer uma denúncia, cada um. Ninguém
nunca me fez uma denúncia", diz Oliveira.
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