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Bomba explode em trem de SP e fere 11
Fernando Donasci/Folha Imagem
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Policial observa dano causado por explosão de bomba caseira |
Artefato caseiro estava sob o banco de vagão da CPTM e estourou na estação do Brás (centro), quando havia poucas pessoas no local
Companhia suspeita que ação tenha sido coordenada por ambulantes que atuam ilegalmente nos trens; não há feridos em estado grave
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
DO ""AGORA"
A explosão de uma bomba de
fabricação caseira em um vagão
da CPTM (Companhia Paulista
de Trens Metropolitanos), às
10h47 de ontem, na estação do
Brás, centro de São Paulo, deixou 11 pessoas feridas, nenhuma gravemente. Havia entre 20
e 30 passageiros no vagão.
A bomba, de baixo poder explosivo, foi colocada dentro de
um saco e numa caixa de chocolate sob um banco. Como não
era horário de pico, quando há
até 250 pessoas por vagão, não
havia ninguém sentado nele.
O artefato havia sido recheado de pregos, parafusos e bolas
de gude e explodiu quando o vagão estava com as portas abertas na plataforma 4 da estação
Brás. A bomba abriu um buraco
no piso do trem e arrancou parte de um dos bancos.
A composição, do Expresso
Leste, seguia da estação da Luz
até a de Guaianazes, na zona
leste da capital. A CPTM não
tem registro de atentados semelhantes nos últimos anos.
Suspeita
Segundo Leopoldo Augusto
Correa Filho, gerente de segurança da companhia, a suspeita
é que o criminoso seja ligado a
ambulantes que vivem do comércio ilegal dentro dos trens
da CPTM. Na semana passada,
um ambulante foi detido quando colocava uma bomba na estação Domingos de Morais.
A participação de ambulantes ilegais também é a principal
linha de investigação da polícia.
Imagens gravadas pelas câmeras de segurança instaladas
nas estações serão usadas na
tentativa de identificar que colocou a bomba. Somente pela
estação do Brás passam cerca
de 300 mil pessoas/dia.
As vítimas receberam os primeiros socorros da equipe médica que fica de plantão na estação. Depois, foram levadas a
hospitais da região central.
O músico Edilson Santiago
da Silva, 37, que estava no vagão, a cinco metros da bomba,
quando houve a explosão, disse
que houve gritaria e correria.
"O vagão ficou cheio de fumaça, parecia um nevoeiro, e as
pessoas, cheias de sangue. Uma
mulher estava com o rosto ensangüentado na minha frente."
Silva estava bem próximo à
bomba, mas foi para a parte traseira do vagão segundos antes
da explosão. ""Fiquei até com
medo de entrar neste trem."
O segurança Antonio Paulo
da Cunha, 40, também estava
no vagão e ficou ferido no braço
esquerdo. ""Foi terrível. Ninguém sabia o que estava acontecendo. Vi muita gente ensangüentada correndo", disse.
Ambulantes ilegais
De janeiro a junho, os agentes da CPTM, vestidos à paisana para evitar que os ambulantes fugissem, apreenderam
851.943 mercadorias ilegais
nos vagões. Em 2005, foram
1.553.691 unidades.
Segundo o gerente de segurança da CPTM, essas operações podem ter gerado represálias por parte dos ambulantes.
"O mais provável é que seja
mesmo isso [represálias]. Não
acreditamos em ligação entre o
atentado e o crime organizado", disse Correa Filho.
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