São Paulo, quarta, 8 de julho de 1998

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SAÚDE
Motivo de greve seria a demissão do diretor clínico do hospital
Médicos de Guarulhos decidem paralisação em assembléia hoje

da Reportagem Local

Os médicos do Hospital Maternidade Municipal de Guarulhos (Grande São Paulo) decidem hoje em assembléia se paralisam ou não o atendimento à população a partir de amanhã.
Segundo o Sindicato dos Médicos de São Paulo, a possibilidade de greve se deve ao atraso dos salários, às péssimas condições de trabalho e à demissão do diretor clínico do hospital, o médico Cid Vieira Franco de Godoy Filho.
Godoy Filho foi exonerado na semana passada pelo prefeito Néfi Tales (PDT) depois de denunciar, por cerca de dois meses, as más condições do hospital.
A administração Néfi Tales atribuiu a demissão à "quebra de confiança" gerada pelas denúncias feitas pelo ex-diretor clínico do hospital.
A principal denúncia de Godoy Filho é que o hospital enfrenta um déficit no quadro de pessoal de enfermagem e de médicos. O hospital tem hoje cerca de cem médicos.
Em recente entrevista ele disse que "faltam materiais básicos, os filtros de ar dos berços da UTI estão vencidos e exames que deveriam demorar 40 minutos se estendem por seis horas".
No final de semana retrasado, cinco bebês morreram na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal do hospital.
Ele também não descarta uma relação entre as mortes dos bebês e as más condições do hospital.
A administração Néfi Tales nega que as mortes dos bebês tenham relação com as condições de atendimento do hospital. Desde a morte dos bebês, o hospital só vem prestando atendimentos de urgência e emergência.
A assembléia dos médicos acontece hoje a partir das 20h.



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