São Paulo, quarta, 8 de julho de 1998

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Obstetra nega erro em exame

da Reportagem Local

A obstetra Maria Paula Ribas Caramuru negou que tenha feito um diagnóstico errado de Alessandra Santos Pereira, em seu depoimento à comissão de sindicância do Hospital Regional Sul na noite de anteontem.
Segundo ela, a paciente teve um parto taquitócito, isto é, houve uma evolução anômala do quadro clínico que acelerou o momento do parto.
Em um parto taquitócito, as contrações da gestante se aceleram rapidamente e a gestante pode entrar em trabalho de parto em um período mais curto do que em um final de gestação normal.
Versão contestada
A versão da médica, no entanto, é questionada pelo diretor da maternidade, Dirceu Ioshiaki Kanaguchi.
"Segundo o prontuário médico de Alessandra, entre o exame de Maria Paula e o nascimento do bebê, passaram-se cerca de 20 minutos. Não se vai de uma situação em que a paciente não está em trabalho de parto (conforme avaliou a médica no momento) para o parto, que aconteceu na calçada, tão rapidamente", afirmou Kanaguchi.
A Folha conversou ontem à tarde com o advogado de Maria Paula, Rogério Aro. Ele confirma o depoimento da médica, dizendo que Alessandra não estava em trabalho de parto na hora do exame.
"O hospital não cumpriu o compromisso de informar à defesa os procedimentos da sindicância, o que pode comprometer o resultado da investigação", disse Aro.
O advogado disse que Maria Paula está muito abalada com a intensa repercussão do caso. Até as 19h de ontem, a médica não havia respondido aos telefonemas da Folha. (FS)



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