São Paulo, quarta, 8 de julho de 1998

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MERCOSUL
Experiência com projeto da ONU em indústrias gaúchas será relatada a partir de hoje em congresso no RS
Programa reduz álcool e drogas de empresa

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
da Agência Folha, em Porto Alegre

Empresas do setor industrial do Rio Grande do Sul têm conseguido reduzir o consumo de álcool e drogas entre seus funcionários -aumentando a produtividade e a segurança no trabalho- graças a um programa da ONU (Organização das Nações Unidas), inédito no resto do país.
A experiência das empresas com o Programa das Nações Unidas para o Controle Internacional de Drogas, iniciada em 1995, será relatada a partir de hoje no 1º Congresso Mercosul para Prevenção de Drogas no Trabalho e na Família. O evento será realizado até sexta-feira, em Porto Alegre.
O encontro deve servir para que os tradicionais parceiros do Mercosul -Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai-, além de Chile e Bolívia, que terão representantes no congresso, comecem a estabelecer uma rede de prevenção do uso de drogas no trabalho.
Dando ênfase à valorização da vida, o programa já implantado em 40 empresas e cinco escolas profissionalizantes no Estado tem conseguido, conforme dados preliminares, diminuir a incidência de acidentes de trabalho, o gasto das indústrias com medicamentos e o número de fumantes e consumidores de bebidas alcoólicas.
Ao mesmo tempo, o programa tem aumentado a produtividade e a assiduidade ao trabalho. De acordo com a coordenação do programa de prevenção às drogas, a experiência internacional demonstra que cada US$ 1 investido nessa área resulta no retorno de US$ 4 a US$ 6.
Empresas que já concluíram a execução do programa, com duração média de 18 meses, apresentam dados tidos como "altamente eficazes" pela coordenadora nacional do projeto, Leda Pereira, do Sesi-RS (Serviço Social da Indústria), entidade responsável pelo convênio com as Nações Unidas.
Uma empresa reduziu o gasto com a compra de analgésicos para os funcionários de US$ 5.000 mensais para US$ 500. Outra diminuiu em 30% o custo com remédios de estômago.
Outros dados indicam que houve redução de 50% no uso de medicamentos com substância psicoativa (remédio para dormir, ficar acordado, emagrecer etc.) em uma das empresas. O consumo de tabaco caiu de 21% para 17% dos trabalhadores.
O programa estimula atividades como a organização de grupos de dança, de corais e campeonatos esportivos. Nelas, os funcionários das empresas liberam endorfina, substância produzida pelo organismo que, quando mobilizada, provoca sensação de bem-estar, explica Leda Pereira.
Sentindo-se bem, eles tendem a abandonar a bebida e as drogas.



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