São Paulo, quarta, 8 de julho de 1998

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CRIME
Investigadores do caso suspeitam de que quatro mulheres foram vítimas de crime sexual
Polícia apura mortes em parque de SP

da Reportagem Local

Os corpos de quatro mulheres foram encontrados na mata do Parque do Estado, no Jardim Celeste (zona sul de São Paulo). A polícia suspeita de que as vítimas tenham sido violentadas e de que os assassinatos tenham sido cometidos por uma mesma pessoa.
A principal suspeita do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) é que um maníaco sexual esteja agindo na região. A polícia não havia conseguido identificar nenhuma das vítimas até a tarde de ontem.
O que leva o DHPP a acreditar na possibilidade de que uma mesma pessoa (ou pessoas) ter sido a autora desses crimes é a semelhança entre os assassinatos.
Todas as vítimas foram encontradas despidas. Três delas estavam apenas com a calcinha e uma outra só com os sapatos.
As vítimas pareciam estar mortas havia 15 a 20 dias, segundo o que constataram os peritos de acordo com o estado em que estavam os corpos. "É provável que os crimes tenham ligação", disse o delegado Luiz Eduardo Marturano, da 1ª Delegacia do DHPP.
Os dois primeiros corpos foram encontrados a cerca de cem metros da avenida Cabo PM José Antônio da Silva Lopes, no meio da mata, no último sábado.
A primeira mulher era branca e parecia ter 32 anos. A segunda era parda e tinha cerca de 30 anos. Ambas foram achadas às 13h.
As vítimas, segundo os peritos, tinham sinais de uma aparente violência sexual. Mas eles não conseguiram encontrar os ferimentos ou descobrir como elas foram mortas.
"Não podemos ainda afirmar que houve violência sexual. Só os médicos-legistas poderão determinar o que aconteceu com certeza", disse o delegado. A polícia não encontrou nenhum documento ou roupa das vítimas. Um corpo estava a quase cinco metros de distância do outro.
No começo da noite de ontem, as outras duas vítimas foram achadas pelo marceneiro Reginaldo Rodrigues, 25. Ele chamou a polícia e levou os investigadores do DHPP até as mulheres.
Para chegar ao local, era preciso fazer uma caminhada de quase 20 minutos em uma trilha pelo meio da mata. Os corpos estavam distantes um do outro cerca de três metros. Perto deles, foram encontradas seis imitações de pérolas, que faziam parte de um colar.
Assim como no primeiro caso, o DHPP não achou nenhuma testemunha do crime. "O primeiro passo será tentar identificar as vítimas", disse o delegado. Ele está procurando mulheres cujas famílias tenham se queixado de desaparecimento. (MARCELO GODOY)


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