São Paulo, sexta, 8 de agosto de 1997.



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AVIAÇÃO
Preço das viagens pode cair 50% a partir deste mês; acordo foi firmado pelos presidentes das companhias aéreas
Ponte aérea barateia em fim-de-semana

MAURO TAGLIAFERRI
da Reportagem Local

Para estimular o turismo em São Paulo e no Rio de Janeiro, as viagens aos finais de semana da ponte aérea podem ficar 50% mais baratas a partir deste mês. Um acordo nesse sentido foi firmado ontem pelos presidentes das companhias aéreas que operam os vôos.
Omar Fontana, da Transbrasil, Fernando Pinto, da Varig, e Wagner Canhedo, da Vasp, se encontraram ontem, em São Paulo, com o prefeito Celso Pitta, com o secretário de Turismo do Rio, Gerard Bourgeaiseau, e com o presidente da Infraero, Adyr da Silva.
Todos concordaram com a redução da tarifa -hoje, uma passagem de ida-e-volta custa R$ 330,18-, mas a condicionaram a um acerto com representantes das redes hoteleira e gastronômica.
A idéia é que hotéis e restaurantes também dêem descontos em seus preços aos finais de semana, para a formação de pacotes que seriam oferecidos aos turistas.
Uma reunião com entidades desses setores será marcada para o próximo dia 20, no Rio, da qual deve sair o acordo.
Pelos presidentes das três companhias, o desconto seria fornecido aos passageiros do primeiro vôo de sábado (às 7h30) até o das 19h, no domingo. Durante a semana, os 60 vôos (30 em cada sentido) diários transportam cerca de 6.300 passageiros. Aos finais de semana, esse número cai para 2.900, em média, em 40 viagens.
Outras duas empresas realizam vôos entre Rio e São Paulo: a TAM e a Rio Sul. Ambas só operam, porém, de segunda a sexta-feira, e não compõem a ponte aérea.
Mesmo com o desconto, a ponte aérea brasileira tem preço superior ao da similar norte-americana, entre Nova York e Washington. Pela British Airways, por exemplo, viaja-se (ida-e-volta) pelo trecho a US$ 68,00 (tarifa promocional mais baixa). As distâncias são similares: de São Paulo ao Rio há 228 milhas (366,8 km). De Nova York a Washington, são 215 (345,9 km).
"As tarifas brasileiras estão abaixo da média mundial. O que ainda não temos são as minitarifas, usuais nos EUA, em que se pega uma pequena porcentagem do avião e se oferece a preços muito baixos", disse Fernando Pinto.
Um desconto de 40% nos finais de semana já foi experimentado pela ponte aérea entre 17 de julho de 93 e 31 de dezembro de 94. Mas o aumento na demanda não compensou o investimento.
Por isso, agora querem apoio dos hotéis e restaurantes. Há, entretanto, resistências a ela dentro das próprias companhias. Os funcionários temem que se repitam as confusões, comuns quando havia o desconto de 40%, nos finais de tarde de domingo no aeroporto Santos Dumont, no Rio.
Na época, contam os funcionários, os turistas de São Paulo que visitavam o Rio queriam aproveitar ao máximo a luz do dia e as praias, e havia grande concentração de passageiros entre o final da tarde e o início da noite, o que comprometia o atendimento.



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