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PESQUISA
Cepagri, órgão da Universidade Estadual de Campinas, classifica blocos gelados que caíram em Campinas
Gelo do céu é 'batizado' de hidrometeorito
FABIANO ALCÂNTARA
da Folha Campinas
O Cepagri (Centro de Ensino e
Pesquisas em Agricultura), da
Unicamp (Universidade Estadual
de Campinas), classificou como
hidrometeoritos os blocos de gelo
que caíram do céu no mês passado
na região de Campinas (99 km de
São Paulo).
Os meteoritos de gelo são registros inéditos na literatura mundial, segundo os pesquisadores da
universidade.
"Batizamos o fenômeno de hidrometeoritos para que não tivéssemos problemas de nomenclatura com astrônomos", disse o diretor do Cepagri, Hilton Silveira Pinto, 56.
Publicação
Os pesquisadores da Unicamp
afirmaram que publicarão a descoberta, até o final do ano, em uma
revista internacional de divulgação científica, que ainda não foi
definida.
Meteoritos são estruturas que se
desprendem de meteoros e são
compostos por blocos rochosos ou
metálicos.
Os astrônomos contestam a posição do Cepagri. Segundo eles, a
queda de uma estrutura na superfície da terra provocaria explosões.
No entanto, os próprios astrônomos admitem que o caso é inédito
e, por isso, está causando polêmica dentro da comunidade científica mundial.
Os pesquisadores John Wasson,
da Ucla (Universidade da Califórnia), Gerard Guyout do Inra (Instituto Nacional de Avignon), Yuri
Stoznov, da Academia de Ciência
da Rússia, e Dick Spalding, do
Sandia National Labs do Novo México (EUA) estão estudando o caso.
De acordo com o diretor do Cepagri, a possibilidade de os blocos
de gelo terem sido formados na superfície terrestre foi descartada pelos pesquisadores.
"Não seria possível que um bloco de 300 quilos tivesse se formado
na Terra", disse.
A Unicamp mobilizou uma equipe de três pesquisadores do Instituto de Química, dois do Instituto
de Biologia e um do departamento
de Matemática.
Pesquisas
A comissão realizou pesquisas
para detectar a origem dos blocos
de gelo e a composição do material.
De acordo com o professor Marcos Eberlin, 38, do Instituto de
Química da Unicamp, a água não
poderia ter sido formada na atmosfera terrestre por não possuir
microorganismos.
A hipótese de falsificação também foi descartada pelos pesquisadores.
"Para que esse material fosse
forjado, seria necessário usar água
destilada sem gravidade ou em
queda livre", disse o professor
Eberlin.
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