São Paulo, sexta, 8 de agosto de 1997.



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Astrônomos contestam origem dos corpos

da Folha Campinas

A existência dos hidrometeoritos é contestada por alguns astrônomos do Brasil.
Segundo eles, para que os blocos de gelo chegassem ao solo pesando 300 quilos, como ocorreu, seria necessário que a massa do corpo celeste fosse de aproximadamente cinco toneladas no espaço.
O astrônomo e professor do departamento de matemática da Unicamp, Paulo Holvorcem, 30, diz ser "extremamente cético" sobre a origem espacial do gelo.
Holvorcem é coordenador do Programa de Observação Astronômica de Asteróides e Cometas.
"Considero muito estranho que o fenômeno tenho ocorrido apenas em uma região do planeta."
Foi Holvorcem quem acionou o pesquisador Dick Spalding, do Sandia National Labs, do Novo México (EUA).
De acordo com o matemático, que integra a União Astronômica Internacional de Observatórios, se um corpo celeste de cinco toneladas tivesse entrado na atmosfera terrestre, causaria uma grande explosão.
Segundo Christopher Willmer, doutor em astrofísica do Observatório Nacional (RJ), a existência dos hidrometeoritos é "questionável".
"Não saberia responder como um corpo de gelo suportaria o atrito da atmosfera", disse.
O mestre em astrofísica César Augusto Caretta, 27, do Laboratório Nacional de Astrofísica, disse que a possibilidade de um corpo de 300 quilos cair na superfície terrestre é "remota".
Mas os astrônomos afirmam que o caso, que já causa controvérsias na comunidade científica internacional, é mesmo inédito.



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