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Astrônomos contestam origem dos corpos
da Folha Campinas
A existência dos hidrometeoritos
é contestada por alguns astrônomos do Brasil.
Segundo eles, para que os blocos
de gelo chegassem ao solo pesando
300 quilos, como ocorreu, seria
necessário que a massa do corpo
celeste fosse de aproximadamente
cinco toneladas no espaço.
O astrônomo e professor do departamento de matemática da
Unicamp, Paulo Holvorcem, 30,
diz ser "extremamente cético" sobre a origem espacial do gelo.
Holvorcem é coordenador do
Programa de Observação Astronômica de Asteróides e Cometas.
"Considero muito estranho que
o fenômeno tenho ocorrido apenas em uma região do planeta."
Foi Holvorcem quem acionou o
pesquisador Dick Spalding, do
Sandia National Labs, do Novo
México (EUA).
De acordo com o matemático,
que integra a União Astronômica
Internacional de Observatórios, se
um corpo celeste de cinco toneladas tivesse entrado na atmosfera
terrestre, causaria uma grande explosão.
Segundo Christopher Willmer,
doutor em astrofísica do Observatório Nacional (RJ), a existência
dos hidrometeoritos é "questionável".
"Não saberia responder como
um corpo de gelo suportaria o atrito da atmosfera", disse.
O mestre em astrofísica César
Augusto Caretta, 27, do Laboratório Nacional de Astrofísica, disse
que a possibilidade de um corpo
de 300 quilos cair na superfície terrestre é "remota".
Mas os astrônomos afirmam que
o caso, que já causa controvérsias
na comunidade científica internacional, é mesmo inédito.
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