|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Cade nunca puniu aumento abusivo
DA REPORTAGEM LOCAL
A mais nova tentativa de controle dos preços dos medicamentos pelo Ministério da Saúde esbarra em problemas de ordem
prática: não é fácil caracterizar o
aumento abusivo. Principalmente levando-se em conta o preço
com descontos e promoções.
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) nunca
condenou um laboratório a pagar
multa por aumento injustificável.
Existem atualmente 56 processos instaurados na SDE (Secretaria de Direito Econômico) contra
abusos nos preços dos remédios.
Nenhum deles foi concluído e encaminhado ao conselho.
Para o presidente do conselho
deliberativo da Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias), Francisco
Deusmar Queirós, a fiscalização
de preços deveria ser feita com
base nos valores determinados
nos livros de referência.
"Vai ser muito fácil justificar
uma mudança no preço se um determinado produto estava em
promoção antes. Uma liquidação
de estoque ou descontos são práticas comerciais legais e não são
eternas. Se o laboratório não me
fizer mais o preço promocional,
vou ter que voltar a vender pela
tabela de referência", afirmou
Deusmar Queirós.
Se levar a diante o controle nesses moldes, o governo vai estar
"engessando" o setor farmacêutico, afirma Queirós. Segundo ele,
entretanto, a Abrafarma, "está ao
lado do ministério no congelamento até dezembro".
Funcionários
Para fazer a fiscalização, o Procon-SP dispõe, na capital, de menos de 300 funcionários para um
universo de cerca de 400 farmácias -número que só inclui as
que fazem parte das grandes redes. "Esperamos contar com reforço de pessoal do ministério",
disse a diretora-executiva do órgão, Maria Inês Fornazaro.
O Procon só se ocupou da fiscalização de preços anteriormente
quando houve a conversão da
URV (Unidade Real de Valor) para o Real, em 1994.
Texto Anterior: Saúde: Procon-SP vai controlar preços de remédios Próximo Texto: Há 50 anos Índice
|