SABRINA PETRY
DA SUCURSAL DO RIO

Quatro pessoas ficaram feridas, duas em estado grave, em tentativa de assalto na Universidade Gama Filho, na tarde de ontem, em Piedade, zona norte do Rio.
Três assaltantes entraram na universidade por volta das 12h30. Um deles entrou na agência do banco HSBC que funciona na Gama Filho com uma pistola. Os outros aguardavam do lado de fora.
Minutos depois, outro assaltante, também com uma pistola, tentou entrar na agência mas ficou preso na porta giratória. Quando o vigilante do banco se aproximou, o homem atirou contra ele, dando início à troca de tiros.
A estudante Maísa da Silva, 22 foi ferida na coxa. O vigilante Flávio da Rosa Maciel dos Santos, 25, foi baleado no tórax e no abdômen. O assaltante que havia ficado preso na porta foi atingido no braço. Ao tentar sair da agência, ele baleou Michele de Aragão Teixeira, 26, na virilha e no joelho.
Um segurança da universidade, que estava numa guarita a 30 metros dali, tentou ajudar Michele, mas foi ameaçado com um fuzil pelo terceiro assaltante, que aguardava do lado de fora.
Michele ficou no chão durante o tiroteio -cerca de dez minutos-, até o grupo ir embora.
Na fuga, os assaltantes renderam outra estudante que estacionava em frente à Gama Filho e fugiram antes de a polícia chegar.
Os feridos foram levados ao hospital Salgado Filho, no Méier (zona norte). Segundo o hospital, o estado do vigilante e de Michele, que sofreram cirurgias, é grave.
A polícia chegou quinze minutos depois e só encontrou a pistola de um dos assaltantes na agência.

Almoço
Na hora do assalto, muitos estudantes deixavam a universidade e outros almoçavam em frente. "A gente ouviu mais de dez tiros. Estava no McDonald's e me escondi embaixo da mesa com medo", disse a estudante de fisioterapia Patrícia Mataruna, 21.
"Só pensei em sair correndo. Foi assustador", contou Milla Raquel, 20, aluna de letras.
O vice-reitor da Gama Filho, Carlos Von Doellinger, disse que esse foi o segundo assalto em um mês no campus. No dia 7 de julho, cinco homens armados levaram R$ 20 mil da mesma agência.
Segundo o delegado da DRF (Delegacia de Roubos e Furtos), Luiz Antônio Buzinaro, há suspeitas de que os assaltantes pertençam a uma mesma quadrilha.
A segurança da Gama Filho, que tem 15 mil alunos e 2.000 professores, é feita por 500 homens, divididos em turnos, que trabalham desarmados. "O risco de se ter armas numa universidade é muito grande", disse Doellinger.


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