São Paulo, terça-feira, 08 de agosto de 2000


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Rio vai reintegrar policiais acusados de envolvimento com jogo do bicho

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

A Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio reintegrará os policiais civis e militares afastados do serviço público depois que foram acusados de envolvimento com o jogo do bicho.
De maneira reservada, a secretaria está levantando nas corregedorias de Polícia Civil e de PM (Polícia Militar) a quantidade de policiais punidos por causa do jogo, que, apesar de proibido, é um dos mais populares do país.
A idéia de reaproveitar os policiais que teriam recebido dinheiro de banqueiros do bicho é do secretário de Segurança Pública, coronel Josias Quintal, e tem o apoio do governador do Estado do Rio, Anthony Garotinho (PDT).
Para Quintal, o policial suspeito de envolvimento com bicheiros deveria continuar trabalhando até que haja uma condenação judicial em sentença definitiva.
Mesmo afastados, esses policiais continuam recebendo salários. Para o secretário, quem é pago pelo Estado tem que trabalhar.
O levantamento que está sendo feito pela Secretaria de Segurança tenta definir o perfil de cada um dos afastados por causa do jogo.
Cada caso está sendo analisado de maneira isolada. São levados em conta a gravidade da acusação, o resultado das investigações e a qualidade dos trabalhos desenvolvidos pelos policiais quando em serviço.
O número total de policiais afastados depois das acusações de envolvimento com bicheiros ainda não é conhecido pela secretaria.
Pelo menos 50 policiais poderão voltar ao serviço, segundo a Folha apurou. Há na relação delegados de Polícia Civil e oficiais da PM.
Ao mesmo tempo em que têm divulgado listagens de policiais afastados -já são mais de 500- por suposta participação em atividades criminosas, Garotinho e Quintal querem reaproveitar aqueles cujas acusações ainda não estão comprovadas.
Esta semana deverão voltar ao serviço os delegados Marcos Reimão, Cláudio Vieira e Mário Azevedo, acusados por Luiz Eduardo Soares, ex-coordenador de Segurança Pública do Rio, de integrar a "banda podre" das polícias.
Eles não deixaram de receber salários durante o período em que ficaram sem trabalhar. Eles serão reaproveitados em delegacias distritais (em bairros ou cidades do interior), em funções subalternas.
Também serão reintegrados os detetives José Carlos Guimarães e Fernando César Barbosa, alvo da comissão "Mão Limpas", que apura a suposta ação criminosa de policiais.



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