|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Rio vai reintegrar policiais acusados de envolvimento com jogo do bicho
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
A Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio reintegrará
os policiais civis e militares afastados do serviço público depois que
foram acusados de envolvimento
com o jogo do bicho.
De maneira reservada, a secretaria está levantando nas corregedorias de Polícia Civil e de PM
(Polícia Militar) a quantidade de
policiais punidos por causa do jogo, que, apesar de proibido, é um
dos mais populares do país.
A idéia de reaproveitar os policiais que teriam recebido dinheiro de banqueiros do bicho é do secretário de Segurança Pública, coronel Josias Quintal, e tem o apoio
do governador do Estado do Rio,
Anthony Garotinho (PDT).
Para Quintal, o policial suspeito
de envolvimento com bicheiros
deveria continuar trabalhando
até que haja uma condenação judicial em sentença definitiva.
Mesmo afastados, esses policiais continuam recebendo salários. Para o secretário, quem é pago pelo Estado tem que trabalhar.
O levantamento que está sendo
feito pela Secretaria de Segurança
tenta definir o perfil de cada um
dos afastados por causa do jogo.
Cada caso está sendo analisado
de maneira isolada. São levados
em conta a gravidade da acusação, o resultado das investigações
e a qualidade dos trabalhos desenvolvidos pelos policiais quando em serviço.
O número total de policiais afastados depois das acusações de envolvimento com bicheiros ainda
não é conhecido pela secretaria.
Pelo menos 50 policiais poderão
voltar ao serviço, segundo a Folha
apurou. Há na relação delegados
de Polícia Civil e oficiais da PM.
Ao mesmo tempo em que têm
divulgado listagens de policiais
afastados -já são mais de 500-
por suposta participação em atividades criminosas, Garotinho e
Quintal querem reaproveitar
aqueles cujas acusações ainda não
estão comprovadas.
Esta semana deverão voltar ao
serviço os delegados Marcos Reimão, Cláudio Vieira e Mário Azevedo, acusados por Luiz Eduardo
Soares, ex-coordenador de Segurança Pública do Rio, de integrar a
"banda podre" das polícias.
Eles não deixaram de receber
salários durante o período em que
ficaram sem trabalhar. Eles serão
reaproveitados em delegacias distritais (em bairros ou cidades do
interior), em funções subalternas.
Também serão reintegrados os
detetives José Carlos Guimarães e
Fernando César Barbosa, alvo da
comissão "Mão Limpas", que
apura a suposta ação criminosa
de policiais.
Texto Anterior: Violência: Tentativa de assalto em universidade fere 4 Próximo Texto: Movimento "Basta!" quer propor ao Paraguai proibição de venda de arma Índice
|