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SEGURANÇA
Cláudio Consenza quer transformar local em "condomínio fechado"; guardas armados ficarão na entrada do município
Prefeito decide cercar cidade em São Paulo
ANA PAULA MARGARIDO
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
O prefeito de Iracemápolis (164
km de São Paulo), Cláudio Cosenza (PMDB), está transformando a
cidade numa espécie de "condomínio" fechado. Ele pretende isolar todo o perímetro urbano com
8.700 metros de alambrado.
O projeto prevê ainda a instalação de três portais nas principais
entradas da cidade, equipados
com câmeras de vídeo. Guardas
municipais armados ficarão guardando os portais.
O alambrado, que tem 2,5 metros de altura, contorna o perímetro urbano da cidade, passando
pela rodovia SP-151, que liga Iracemápolis a Rio Claro. A rodovia
SP-151 limita a região norte da cidade com a zona rural.
Segundo o engenheiro civil responsável pelo projeto, Paulo César Demarchi, só não vai haver
alambrado no trecho limite com a
usina Iracema, onde já existe uma
cerca.
A prefeitura já gastou R$ 20 mil
na primeira etapa da obra, que inclui 1.100 metros de alambrado. O
projeto total custará R$ 300 mil e
será concluído em seis meses.
Os primeiros 500 metros de cerca já foram colocados entre a rodovia SP-151 e um bairro de classe
média da cidade, o Parque Cezarino Borba. Nesse bairro, aconteceu
o único roubo da cidade, registrado no mês de julho.
Segundo dados da Polícia Civil,
foram registrados sete roubos de
janeiro até julho deste ano. A média é de um roubo por mês.
Segundo o prefeito, a medida visa proteger da violência os 16 mil
habitantes. "Pretendo transformar a cidade num condomínio
fechado", disse Cosenza.
O monitoramento de pessoas
por meio câmeras de vídeo e cercas às margens das rodovias não
são inconstitucionais, segundo o
integrante do Centro de Estudos
Monsenhor Salim da Faculdade
de Direito da PUC-Campinas Octávio Miranda Junqueira.
Segundo Demarchi, os portais
serão equipados com pelo menos
duas câmeras de vídeo e um circuito ligado com a Polícia Militar.
O prefeito é candidato à reeleição e acredita que, mesmo que
não seja eleito, o novo chefe do
Executivo deve dar continuação à
proposta. A lei não proíbe os
alambrados, guaritas e câmeras.
Porém, o artigo 5º, inciso XV, da
Constituição Federal, proíbe o
constrangimento de quem tente
entrar na cidade.
O aposentado José da Silva, 63,
disse ter gostado da iniciativa,
pois foi alvo de um assalto no mês
passado. ""Tenho medo de assalto.
Isso não vai resolver os problemas
da violência, mas vai dificultar."
Colaborou Luciano Calafiori, da Folha Campinas
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