São Paulo, terça-feira, 08 de agosto de 2000


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INTERIOR PAULISTA
Seis animais de um circo estavam em jaula e fugiram durante a madrugada; há suspeita de sabotagem
Leões ficam soltos por três horas e são mortos

CAROLINA ALVES
ENVIADA ESPECIAL A SÃO SIMÃO

MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO

Seis leões foram mortos a tiros de armas e fuzis pela Polícia Militar na madrugada de ontem em São Simão (285 km de São Paulo). Os animais eram de propriedade do American Country Circus, mas estavam em uma jaula no bosque municipal.
Segundo a polícia, os leões fugiram ontem, por volta das 2h30, após uma pessoa -ainda não identificada- ter aberto a jaula.
Os animais estavam no bosque municipal porque a jaula do circo havia sido interditada pela Vigilância Sanitária.
A jaula do bosque também está interditada pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) há cerca de 10 anos.
Quatro leões deixaram o bosque e entraram em uma chácara ao lado. Uma leoa chegou a andar, por três horas, pelas ruas da região, incluindo a escola de ensino especial Professor Fausto Nogueira.
A prefeitura colocou um caminhão de som na rua para avisar a população sobre a fuga dos animais. O Corpo de Bombeiros de Ribeirão Preto (319 km de São Paulo) foi acionado, mas chegou ao local somente após os animais terem sido mortos.
A Associação dos Defensores dos Animais de Ribeirão repudiou a ação dos policiais. "Quem lida com esse tipo de animal tem que cercá-lo", disse Chico Galvão, diretor do Simba Safari.
O tenente da PM de Serra Azul, André Luís Trevizani, disse que matar os animais foi a única solução. "Estávamos agindo em situação de emergência".
O circo havia chegado à cidade na quarta-feira da semana passada e foi interditado dois dias depois pela Vigilância Sanitária. A prefeitura cedeu a jaula e, por isso, o circo pôde funcionar.
Segundo a polícia, os dois cadeados da jaula foram serrados. O tratador do circo, Luiz Aguiar, 23, se contradisse em depoimento. Primeiro, disse ao delegado Fábio Calazans Ramos, 28, que tinha visto quem sabotou a jaula. Em depoimento formal, negou que soubesse quem a teria aberto.
Segundo o Ibama, o circo não tem a autorização necessária para funcionar. O gerente do circo e domador dos animais, Vanderlei Moreira, 29, disse que os leões não sofriam maus-tratos e que nunca haviam fugido. Ele disse que, se houve sabotagem, não foi praticada por seus funcionários.
Além dos leões, o circo tem um urso, um macaco, um búfalo, três pôneis e três cavalos.
A Folha constatou que o urso estava em uma jaula amarrada por cordas e sem cadeado. Um dos cavalos foi ferido por uma patada dos leões.



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