|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
INTERIOR PAULISTA
Seis animais de um circo estavam em jaula e fugiram durante a madrugada; há suspeita de sabotagem
Leões ficam soltos por três horas e são mortos
CAROLINA ALVES
ENVIADA ESPECIAL A SÃO SIMÃO
MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO
Seis leões foram mortos a tiros
de armas e fuzis pela Polícia Militar na madrugada de ontem em
São Simão (285 km de São Paulo).
Os animais eram de propriedade
do American Country Circus,
mas estavam em uma jaula no
bosque municipal.
Segundo a polícia, os leões fugiram ontem, por volta das 2h30,
após uma pessoa -ainda não
identificada- ter aberto a jaula.
Os animais estavam no bosque
municipal porque a jaula do circo
havia sido interditada pela Vigilância Sanitária.
A jaula do bosque também está
interditada pelo Ibama (Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis) há cerca de 10 anos.
Quatro leões deixaram o bosque
e entraram em uma chácara ao lado. Uma leoa chegou a andar, por
três horas, pelas ruas da região,
incluindo a escola de ensino especial Professor Fausto Nogueira.
A prefeitura colocou um caminhão de som na rua para avisar a
população sobre a fuga dos animais. O Corpo de Bombeiros de
Ribeirão Preto (319 km de São
Paulo) foi acionado, mas chegou
ao local somente após os animais
terem sido mortos.
A Associação dos Defensores
dos Animais de Ribeirão repudiou a ação dos policiais. "Quem
lida com esse tipo de animal tem
que cercá-lo", disse Chico Galvão,
diretor do Simba Safari.
O tenente da PM de Serra Azul,
André Luís Trevizani, disse que
matar os animais foi a única solução. "Estávamos agindo em situação de emergência".
O circo havia chegado à cidade
na quarta-feira da semana passada e foi interditado dois dias depois pela Vigilância Sanitária. A
prefeitura cedeu a jaula e, por isso,
o circo pôde funcionar.
Segundo a polícia, os dois cadeados da jaula foram serrados. O
tratador do circo, Luiz Aguiar, 23,
se contradisse em depoimento.
Primeiro, disse ao delegado Fábio
Calazans Ramos, 28, que tinha
visto quem sabotou a jaula. Em
depoimento formal, negou que
soubesse quem a teria aberto.
Segundo o Ibama, o circo não
tem a autorização necessária para
funcionar. O gerente do circo e
domador dos animais, Vanderlei
Moreira, 29, disse que os leões não
sofriam maus-tratos e que nunca
haviam fugido. Ele disse que, se
houve sabotagem, não foi praticada por seus funcionários.
Além dos leões, o circo tem um
urso, um macaco, um búfalo, três
pôneis e três cavalos.
A Folha constatou que o urso
estava em uma jaula amarrada
por cordas e sem cadeado. Um
dos cavalos foi ferido por uma patada dos leões.
Texto Anterior: Chuvas prejudicam primeiro dia da operação tartaruga no metrô de SP Próximo Texto: Animais comiam duas vezes ao dia Índice
|