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Detentos controlam presídio em greve há 5 dias no Ceará
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
A situação do Instituto Penal
Paulo Sarasate (IPPS), em Fortaleza (CE), está ficando incontrolável. Há cinco dias, os 1.180 presos
controlam sozinhos a parte interna do presídio.
Os agentes penitenciários, responsáveis pela vigilância no local,
estão em greve.
No final da tarde de domingo,
três presos tiveram de ser levados
às pressas ao hospital, em estado
grave, porque foram feridos a faca
pelos próprios companheiros em
uma briga interna. Ninguém
morreu. A Polícia Militar acompanha a situação do lado de fora
do presídio, localizado na região
metropolitana de Fortaleza.
A Secretaria da Justiça do Ceará
chegou a contratar uma empresa
de segurança particular para
substituir os agentes penitenciários em greve, mas, durante a briga entre os presos, que têm facas e
armas de fogo, segundo depoimentos dos feridos, os vigilantes
foram retirados do presídio.
"Desde novembro do ano passado, estamos dizendo à secretaria que os presos estão armados
com pistolas e metralhadoras. A
situação é tensa desde aquela época", disse Augusto César Coutinho, presidente do Sindicato dos
Agentes Penitenciários.
"Aquilo é um barril de pólvora.
Enquanto essa situação não for
controlada, não temos condições
de trabalho." A greve, segundo
ele, é para alertar o governo para a
falta de condições de trabalho por
causa da insegurança. São cerca
de 400 agentes parados.
Há dois meses, uma rebelião no
IPPS, que tem capacidade para
1.102 presos, terminou com a
morte de seis presos que tentavam fugir. Eles foram atingidos
por tiros de policiais que faziam a
segurança.
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