São Paulo, terça-feira, 08 de agosto de 2000


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Detentos controlam presídio em greve há 5 dias no Ceará

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

A situação do Instituto Penal Paulo Sarasate (IPPS), em Fortaleza (CE), está ficando incontrolável. Há cinco dias, os 1.180 presos controlam sozinhos a parte interna do presídio.
Os agentes penitenciários, responsáveis pela vigilância no local, estão em greve.
No final da tarde de domingo, três presos tiveram de ser levados às pressas ao hospital, em estado grave, porque foram feridos a faca pelos próprios companheiros em uma briga interna. Ninguém morreu. A Polícia Militar acompanha a situação do lado de fora do presídio, localizado na região metropolitana de Fortaleza.
A Secretaria da Justiça do Ceará chegou a contratar uma empresa de segurança particular para substituir os agentes penitenciários em greve, mas, durante a briga entre os presos, que têm facas e armas de fogo, segundo depoimentos dos feridos, os vigilantes foram retirados do presídio.
"Desde novembro do ano passado, estamos dizendo à secretaria que os presos estão armados com pistolas e metralhadoras. A situação é tensa desde aquela época", disse Augusto César Coutinho, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários.
"Aquilo é um barril de pólvora. Enquanto essa situação não for controlada, não temos condições de trabalho." A greve, segundo ele, é para alertar o governo para a falta de condições de trabalho por causa da insegurança. São cerca de 400 agentes parados.
Há dois meses, uma rebelião no IPPS, que tem capacidade para 1.102 presos, terminou com a morte de seis presos que tentavam fugir. Eles foram atingidos por tiros de policiais que faziam a segurança.



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