DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário Odílio Bergamini, proprietário de uma rede de supermercados, foi libertado à 1h de ontem pela polícia de São Paulo após ter ficado 57 dias sequestrado e de ter passado por quatro diferentes cativeiros. Quatro sequestradores foram presos, mas dois ainda estão foragidos.
A Polícia Civil encontrou o empresário em uma casa de três andares em um sítio em Parelheiros (zona sul) após prender, na sexta, em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo), Marcos Antonio Mendes, o Marcão. Os policiais descobriram que ele namorava a irmã de Antonio Selvo Rodrigues, identificado como um dos sequestradores e ainda foragido -o outro integrante já identificado e que ainda não foi preso é Reginaldo Meira Santos.
A garota levou os policiais até a casa em Parelheiros que ela teria alugado a pedido do irmão. Bergamini foi encontrado amarrado e vigiado por outras três pessoas: Eliane Souza Santos, 18, Wellington Silva Povora, 27, e Eduardo Oliveira Teixeira, 19, que foram presos no local.
A polícia descobriu que o empresário passou por outros três cativeiros antes de ser levado ao sítio: uma casa e uma oficina mecânica na Vila Santa Catarina (zona sul) e uma casa no litoral -provavelmente Itanhaém.
Bergamini foi sequestrado no dia 11 de junho na sauna Paineiras, na região central de Guarulhos (Grande São Paulo). A quadrilha pediu R$ 2 milhões, mas, segundo a polícia, nada foi pago.

Cláudia Reali
A polícia investiga a ligação do sequestro de Bergamini com o da socialite Cláudia Reali de Oliveira Ribeiro e de seus três filhos -as crianças foram libertadas em maio após 53 dias de cativeiro.
Segundo o delegado da Divisão Anti-Sequestro (DAS), Wagner Giudice, os dois sequestros podem estar relacionados, já que Marcão, preso na sexta-feira, afirma conhecer os sequestradores da família Reali. "O modo de ataque é parecido."
A polícia apresentou ontem o primeiro suspeito de participar desse sequestro. Juarez Rodrigues, 32, foi preso em uma casa perto da estrada de Itapecerica, anteontem, após uma denúncia anônima. Ele já havia sido preso no ano passado e confessou ter participado de um assalto na casa de Cláudia em abril de 2001. Em fevereiro deste ano, ele fugiu.
Giudice acredita que Rodrigues possa ter ajudado os sequestradores, explicando como se movimentar na casa dela. Segundo a polícia, Rodrigues nega o envolvimento. (DAGUITO RODRIGUES)


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