São Paulo, quinta-feira, 08 de agosto de 2002

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POLÍCIA

Empresário é suspeito de filmar jovem

DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário Carlos Eduardo Calfat Salem, 60, mantenedor do programa "Ação Criança", é acusado de usar microcâmeras para filmar o quarto e o banheiro da estudante A.L.L., 15, que morava na casa do empresário, no Campo Belo (zona sul de São Paulo).
Salem, que vive parte do tempo na França, onde está há cerca de 40 dias, deve ser indiciado pelo artigo 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente por "submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento". A pena, afiançável, é de seis meses a dois anos de prisão.
A denúncia da existência das câmeras foi feita à polícia pela própria adolescente na noite de segunda-feira. A advogada do empresário, Maria Elizabeth Queijo, diz que as câmeras são do sistema de segurança da residência.
O delegado Olavo Reino Francisco, da Delegacia Seccional Sul, apresentou ontem parte das cerca de mil fitas de vídeo, fotos e livros de conteúdo pornográfico retirados da casa. Nenhuma foto ou vídeo com imagens da estudante ou de qualquer outra criança foram encontrados. "Não é pedófilo. Ele tem um desvio comportamental."
A advogada de Salem disse ter conversado ao telefone com seu cliente, que teria dito a ela que as microcâmeras foram instaladas "há muito tempo" e que no final do ano passado foram ampliadas.
Para o delegado, o circuito de televisão encontrado é de alta tecnologia e deve ter cerca de seis meses. Mas o único banheiro com câmera é o utilizado pela estudante e as imagens são transmitidas para o "home-theater" instalado no quarto do empresário.
Salem cuidava da estudante havia cerca de seis meses como favor ao pai da adolescente, que mora em Paris. Segundo Maria Elizabeth, o empresário deve retornar ao país nos próximos dias.
A. foi ontem para a casa da mãe, em Florianópolis (SC). (DR)


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