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SAÚDE
Decisão final, que pode condicionar repasse de verbas de saúde à comprovação de gastos, cabe ao ministro Humberto Costa
DF pode perder gerência de verbas do SUS
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O CNS (Conselho Nacional de
Saúde) aprovou anteontem por 17
votos a favor e um contrário a desabilitação do governo do Distrito
Federal da gestão plena de saúde,
após quatro meses de discussão
do caso no órgão. A decisão final
cabe ao ministro Humberto Costa, que não tem prazo para divulgar o resultado.
Se for homologada a desabilitação, a verba destinada à saúde só é
repassada pelo ministério ao governo do DF após a comprovação
dos gastos, como consultas, internações e cirurgias.
Hoje, o governo local recebe
mensalmente um valor global
-cerca de R$ 16,2 milhões, sendo
R$ 11,3 milhões pela gestão plena-, mesmo que não tenha utilizado toda a verba. Cerca de 90%
da rede do DF é pública.
O caso do DF pode ser o primeiro de desabilitação entre as 20
unidades federativas incluídas na
gestão plena do SUS (Sistema
Único de Saúde). Segundo o ministério, apenas municípios foram retirados dessa gestão desde
1993, quando foi estabelecida. O
caso mais recente foi há dois meses, em Porto Seguro (BA).
Segundo o secretário de Atenção à Saúde do ministério, Jorge
Solla, a decisão do conselho foi
baseada em uma série de irregularidades apontadas em auditoria
realizada em fevereiro e que, até
agora, não foram solucionadas.
A lista inclui desde falta de medicamentos, material e equipamentos até dispensa de licitação
para compra de remédios e falta
de uma conta específica para os
recursos da saúde.
"São os mesmos problemas. Alguns agravados e outros novos foram colocados", diz Solla.
A Secretaria de Comunicação
Social do governo do DF diz que
várias exigências feitas pela auditoria foram corrigidas. Aponta
motivações políticas para a decisão (leia texto ao lado).
O CNS é formado por representantes de 31 entidades, incluindo
governo, sociedade civil e especialistas, como médicos e profissionais da área de saúde.
O único voto contrário no Conselho Nacional de Saúde foi do representante do Ministério da Saúde. De acordo com Solla, o ministério sugeriu que o conselho
aguardasse até a próxima reunião, em setembro, para definir
sobre a desabilitação. Isso porque
até lá a Justiça pode julgar uma
ação sobre o caso.
O Ministério Público do Distrito
Federal protocolou ação cautelar
pedindo o afastamento dos responsáveis pela Secretaria da Saúde e a substituição dos dirigentes
por profissionais indicados pelo
governo federal.
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